O USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, divulgou na tarde desta quinta-feira (9) seu relatório mensal de oferta e demanda mundial, além das estimativas atualizadas para a produção de soja e milho no país.
O documento vem num momento decisivo, em que o clima ainda preocupa, com a neve antecipada cobrindo uma área equivalente ao que é plantado com milho em Mato Grosso.
Diferentemente do o que mercado previa, houve um recuo nas produtividades da soja, mas muito pequeno, em grande parte por causa do excesso de chuvas durante a colheita.
Já para o milho, o departamento surpreendeu e trouxe um aumento de 2% na comparação com a previsão anterior, de outubro. Com isso, a produtividade média do cereal também supera (em 0,46 %) a safra 2016/17, que havia sido recorde. A produção só não será recorde também por causa da menor área dedicada à cultura.
A colheita do milho está atrasada em 13% por causa de precipitações em excesso (até o momento, os trabalhos foram concluídos em 70% das lavouras). Ainda assim, o departamento norte-americano espera que os agricultores fechem a temporada colhendo 11.010 kg/ha. No ciclo passado, a produtividade havia sido de 10.960 kg/ha.
Já os rendimentos médios das lavouras de soja são estimados em 3.330 kg/ha, praticamente os mesmos em relação à última projeção, e 4,46% abaixo no comparativo com a safra 2016/17, quando a produtividade foi recorde e fechou em 3.490 kg/ha.
A área da campanha 2017/18 não sofreu alterações, ficando em 36,21 milhões de hectares, aumento de +8,18% sobre o ciclo anterior, e 33,64 milhões de hectares, uma redução de 4,2%. Com isso, a produção deve fechar em 120,44 milhões de toneladas para a soja e 370,29 milhões de toneladas para milho, aumento de 3,01% e queda de 3,77%, respectivamente.
Na Bolsa de Chicago, o preço da soja com vencimento em janeiro fechou a quarta-feira em US$ 9,985 por bushel; já o milho com contratos de dezembro era negociado a US$ 3,4825/bushel.
Brasil
Para a safra brasileira que está sendo plantada, o USDA não traz grandes modificações em relação ao que havia sido previsto. As projeções para o milho (primeira e segunda safra) continuam em 95 milhões de toneladas produzidas, com exportações de 34 milhões de toneladas. Para a soja, o órgão elevou a estimativa de produção e a de exportação em 1 milhão de toneladas cada, calculando que o Brasil deve colher 108 milhões de toneladas e exportar 65 milhões de toneladas da oleaginosa.