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Milho limita área de soja no mundo

A primeira estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) para a safra mundial de milho 2007/08, divulgada no último dia 11, mostrou que, por força da "febre do etanol" nos EUA e da conseqüente alta dos preços planeta afora, a área cultivada com o cereal no mundo deve alcançar 158,2 milhões de hectares, a maior extensão já registrada na série histórica do órgão, iniciada em 1960, e que vai resultar em queda na área mundial de soja.

O aumento em relação à safra anterior, de 10 milhões de hectares, também é a maior variação anual da história, à frente dos 9,3 milhões de hectares de 1984/85. Esse avanço é puxado pelos EUA, que sozinhos respondem por um incremento de 5 milhões de hectares, segundo o USDA. Os outros 5 milhões ficam por conta de todos os outros países produtores, com exceção da Etiópia, dona de 1% da área mundial.

Fora dos EUA, o aumento da área de milho é liderado pela China, com previsão de 600 mil hectares a mais, e por Brasil e Argentina, com 400 mil hectares cada. No Brasil, que pôde começar a aproveitar a alta dos preços antes, devido à coincidência do início do movimento de alta com o plantio da safrinha, a área já avançou mais de 600 mil hectares no ciclo 2006/07.

O quadro mundial de oferta e demanda da soja na temporada 2007/08 será divulgado pelo USDA apenas em junho, mas o avanço recorde previsto para a área de milho – concentrado em grandes produtores da oleaginosa – já permite projetar um forte recuo em sua área plantada.

De acordo com estimativa da Agência Rural, entre os quatro grandes produtores mundiais de soja – EUA, Brasil, Argentina e China (aqui chamados de G4) –, que respondem por 82% da área do grão no mundo, apenas o Brasil pode ampliar o plantio. Mesmo que isso ocorra, o que não é certo por causa do dólar abaixo de R$ 2,00, a área mundial de soja recua dos 93,8 milhões de hectares do ciclo 2006/07 para 90,8 milhões em 2007/08 - isso considerando-se que o plantio não muda nos países fora do G4, responsáveis por 18% do terreno ocupado pelo grão.

Essa queda de 3 milhões de hectares, se confirmada, será a maior redução da área mundial de soja desde a safra 1990/91 e levará a oleaginosa a ocupar sua menor extensão desde o ciclo 2003/04. Fato raro nos últimos anos, que viram um avanço quase ininterrupto da soja sobre o milho e outros cereais.

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