A intervenção do governo no mercado de milho deu suporte momentâneneo ao mercado, mas os preços do cereal permanecem abaixo do mínimo nas principais regiões produtoras do país. No Paraná, o produtor recebe cerca de R$ 14,26 por saca pela saca de 60 quilos preço 4% acima do valor do mês passado, mas ainda R$ 3,24 (23%) abaixo do preço mínimo local, de R$ 17,50.
A expectativa era de que o subsídio oferecido pela Conab nos leilões semanais de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) viabilizasse a exportação, ajudando a enxugar os estoques e impulsionando a cotação no mercado doméstico. Mas isso não aconteceu. Mesmo com o subsídio do governo, os preços permanecem abaixo da paridade exportação até mesmo nas regiões onde o milho está mais desvalorizado.
O câmbio é o principal gargalo. O real forte faz com que, mesmo baixos, os preços internos fiques abaixo dos praticados no mercado internacional, desestimulando os embarques. Ontem, a saca do cereal foi negociada a US$ 8,40 na Bolsa de Chicago, valor que equivale a R$ 14,83, considerando o câmbio do dia. Sem competitividade, as exportações brasileiras de milho patinam. Entre janeiro e maio, o país enviou ao exterior apenas 2,1 milhões e toneladas do cereal, 36% menos que nos primeiros cinco meses do ano anterior.
Lucílio Alvez, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, observa que o subsídio oferecido pelo governo não está sendo suficiente para alavancar os preços internos acima da paridade de exportação. No Paraná, os valores são de R$ 2,52/sc para os Campos Gerais (78 municípios) e de R$ 3,72/sc para o restante do estado (310 municípios). A exportação só se viabiliza se o frete até o Porto de Paranaguá for menor que o prêmio, o que não está acontecendo.
A Conab realizou até agora três leilões de PEP. A próxima rodada de operações está marcada para quinta-feira.