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O plantio de milho transgênico já começou. Dois produtores, que preferem não se identificar, confirmaram à reportagem que vão testar a cultivar geneticamente modificada resistente à lagarta-do-cartucho. Eles dedicam áreas pequenas de suas propriedades, mas mostram-se preocupados. Afirmam que ainda não sabem exatamente como será o controle sobre a produção. Para conhecer o desempenho dessas sementes, decidiram arriscar. A safra será uma prova de fogo também para os órgãos de fiscalização, que ainda não sabem como será a segregação do cereal geneticamente modificado.

O governo do Paraná ainda não editou regras para o estado. O secretário da Agricultura e Abastecimento (Seab), Valter Biachini, afirma que o que vale, por enquanto, é o que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) determinou na liberação das sementes. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai baixar normas que serão avaliadas e podem ser complementadas pelo estado, informa o secretário.

Ele adianta que o Paraná terá um sistema de monitoramento e vai segregar a produção nos armazéns portuários, como ocorre com a soja transgênica, produzida há três safras. As regras, no entanto, ainda não estão definidas. A segregação vai funcionar a partir do interesse das próprias indústrias, avalia.

Por decisão da CTNBio, os produtores precisam criar uma faixa de isolamento de 100 metros de largura em volta da lavoura geneticamente modificada. Isso, no caso de esse corredor permanecer vazio. Se houver milho nele, a largura pode ser de apenas 10 metros (20 linhas).

Na avaliação de Bianchini, não haverá grandes problemas com o milho transgênico nesta safra. "Existe pouca semente no mercado e, por enquanto, não teremos uma área significativa. Será possível monitorar bem a produção." Ele acredita que as regras devem estar mais claras na safra 2009/10.

A esperança dos produtores é controlar a lagarta. Eles estão pagando cerca de 30% mais pela semente modificada. São cerca de R$ 1,5 por quilo. A escassez ainda adia os planos de muitos agricultores. Em pouco tempo, os sacos de transgênicos somem das prateleiras, segundo os distribuidores. Muitos pedidos só devem ser atendidos em outubro. Se a semente não chegar, os produtores terão de continuar cultivando grãos convencionais, pelo menos neste ano. (JR)

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