Maior consumidor mundial de milho, a China estudar limitar as importações anuais de cereais a 11 milhões de toneladas, revelou o economista-chefe do Ministério da Agricultura, Qian Kemin, nesta segunda-feira (9). O objetivo seria reduzir os enormes estoques nacionais, que estão gerando problemas com armazenagem. Caso seja confirmada pelo governo local, a medida teria pouco impacto no agronegócio brasileiro, pois o país importa pouco milho para os chineses.
Importações anuais de 11 milhões de toneladas representariam um corte de 43% nas importações de cereais em relação ao ano passado. O país importou 19,3 milhões de toneladas de cereais em 2014, com um crescimento impulsionado pelo sorgo, cujos negócios aumentaram 439% na comparação anual, para 5,77 milhões de toneladas.
No longo prazo, a China deve ser mais aberta às importações, dado que a produção doméstica anual de cereais deverá ficar limitada a 610 milhões de toneladas nos próximos cinco anos, disse Qian por meio de um site oficial do governo.
A safra de cereais da China cresceu pelo 11º ano consecutivo no ano passado, mas a colheita foi obtida com grandes custos ambientais. O uso de fertilizantes pelo país da Ásia responde por 35% do consumo global, enquanto os recursos hídricos do subsolo são severamente explorados. O economista do governo estimou que o consumo total de grãos do país, incluindo soja, deva chegar a 720 milhões de toneladas em 2020. No ano passado, a China comprou 71 milhões de toneladas da oleaginosa.