Em queda livre de preços, o milho virou tema de reunião entre os secretários de agricultura dos três estados do Sul do Brasil: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (4), as autoridades realizaram uma reunião para debater as oscilações de preço do grão no país.
Conforme noticiado pela Gazeta do Povo nesta terça-feira, o preço do milho caiu pela metade em relação a 2016. Mesmo assim, Santa Catarina apresenta dificuldades para atender a agroindústria local, que depende do cereal principalmente para a ração animal. “Temos 1,12% do território brasileiro e somos o maior produtor nacional de suínos e o segundo maior produtor de aves”, informa Moacir Sopelsa, secretário da Agricultura.
Para abastecer a suíno e a avicultura, o estado é o maior comprador de milho do país e precisa adquirir cerca de 3 milhões de toneladas do grão anualmente. A Secretaria da Agricultura local estima que isso represente um custo a mais de 8,4% em frete e impostos para a indústria local
Comparativo: produção de milho
Único estado do Sul autossuficiente na produção de milho, o Paraná deve colher cerca de 18,5 milhões de toneladas nesta safra, conforme o último relatório divulgado pelo Departamento de Economia Rural - quase 40% a mais que a produção da safra anterior. Cerca de 13 milhões devem ser utilizados para a agroindústria local. O excedente é destinado a outros estados e países.
“Esta será a melhor safra da nossa história. Os pequenos, médios e grandes produtores obtiveram grande produtividade”, destaca o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara.
Por outro lado, Santa Catarina espera colher 3,2 milhões de toneladas do cereal nesta safra – contra 2,8 milhões da anterior, o que representa 14% de crescimento. Os dados são do Epagri/Cepa - Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola, vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado.
“Nossa preocupação é aumentar a produtividade das lavouras e equilibrar os preços de milho para que tanto os produtores do grão quanto os produtores de suínos e aves tenham competitividade”, afirma Sopelsa.
Neste sentido, a ideia é equilibrar os preços do milho. Na opinião do secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, o poder público pode ajudar a estabelecer uma política de compra futura, ou seja, o comprometimento a da venda de parte da produção a um preço fixo a cooperativas e agroindústrias.
O estado gaúcho deve produzir 13,7 milhões de toneladas neste ano, 2,5% a mais que o ano passado, quando a safra 2015/16 fechou em 1,4 milhões de toneladas, conforme dados do Emater/RS.
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