O grande desafio dos produtores brasileiros de milho neste inverno será o mercado. No ano passado, exportações recordes ajudaram a dar vazão ao grande volume produzido. Isso manteve os preços internos sustentados ao longo de todo ao ano, mesmo diante de uma colheita recorde. Em 2013, a depender do desempenho das lavouras norte-americanas, o Brasil pode não contar com o colchão do mercado externo para amenizar os impactos de mais uma grande produção sobre os preços domésticos. A menos não nos mesmos níveis do ano passado.

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Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as exportações brasileiras do cereal devem recuar de 22,3 milhões (2012/13) para 15 milhões de toneladas (2013/14). A projeção considera o retorno dos Estados Unidos ao mercado exportador. No ano passado, uma estiagem severa “roubou” dos norte-americanos cerca de 100 milhões de toneladas de milho.

Apesar de ainda faltar cerca de um mês para o início do plantio nos EUA, as previsões iniciais do Usda, o departamento de agricultura do país, indicam que 2013 será um ano de retomada para a agricultura norte-americana e já esfriam as negociações no mercado futuro de milho. Mato Grosso, que nesta época do ano passado já tinha mais de 40% da safrinha comercializada, tem apenas 17,6% do cereal de inverno com trava de preço, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).

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“Diferente do disponível, não há sinais de negócios expressivos no mercado futuro. Hoje, quem tenta vender milho só encontra ofertas baixas, na casa dos R$ 12 por saca para entrega em julho”, relata o superintendente Imea, Otávio Celidonio. O valor é até 30% menor do que o negociado há um ano, inferior ao preço mínimo de garantia do governo federal (R$ 13,08/sc) e insuficiente para arcar com os custos de produção (R$ 13,05/sc).