Segunda safra de milho na região de Londrina| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

A estiagem que passou pelo Paraná nos últimos meses levou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a revisar para baixo a previsão de produção de grãos no país. Conhecida como safrinha, a segunda safra de milho no estado deve ter perda de 2,2 milhões de toneladas.

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Como resultado, a previsão para a produção de grãos no País encolheu em 1,9 milhão de toneladas na passagem de abril para maio, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do IBGE, divulgado nesta terça-feira (12).

A estimativa de produção nacional de milho totalizou 84,6 milhões de toneladas em maio, 2,3% menor que a de abril, refletindo a redução na produção do Paraná, que deve cair 18,3%. O rendimento médio estimado encolheu 18,1%.

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“Faltou chuva no Paraná por mais de 40 dias. Foi uma estiagem muito grande, então houve uma perda de mais de 2 milhões de toneladas. A produção local de milho de segunda safra caiu de 12,2 milhões em abril para 10 milhões de toneladas em maio”, disse Carlos Barradas, gerente na Coordenação de Agropecuária do IBGE.

O cultivo de milho de segunda safra já estava menor em relação ao ano anterior por causa do atraso no plantio de soja, que encurtou o período de entrada da segunda safra de milho no campo. Além disso, Barradas lembra que a cultura vinha de uma base de comparação elevada, porque tinha registrado um rendimento extraordinário em 2017, em virtude do clima favorável. A produção de milho de segunda safra para 2018, estimada em 58,9 milhões de toneladas, é 14,0% menor do que a de 2017.

Para a primeira safra de milho, a produção nacional foi estimada em 25,7 milhões de toneladas, um aumento de 0,2% em relação ao mês anterior.

Feijão

A seca no Paraná também prejudicou o desempenho da produção de feijão. A estimativa para a segunda safra de feijão no País é de 1,3 milhão de toneladas, uma queda de 5,1% em relação ao esperado em abril, com redução de 5,3% no rendimento médio. No Paraná, a estiagem comprometeu o desenvolvimento das lavouras: o rendimento médio caiu 19,8%, enquanto a produção encolheu 20,4%.

Considerando as três safras de feijão em todo o País, houve uma redução de 1.085 hectares na estimativa para a área plantada na passagem de abril para maio. O rendimento médio encolheu 2,5%, a produção ficou 2,8% menor.

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A 1ª safra de feijão foi estimada em 1,6 milhão de toneladas, uma queda de 0,2% em relação a abril. O Piauí teve sua estimativa de produção reduzida em 15,3% em relação ao mês anterior, em decorrência dos declínios de 10,8% do rendimento médio e de 5,0% na área colhida. A Paraíba aumentou a estimativa para a área plantada em 33,1% e a de produção em 31,5%, mas o rendimento médio caiu 1,1%.

Para a terceira safra nacional de feijão, a estimativa de produção é de 559,2 mil toneladas, queda de 4,5% ante a estimativa de abril, influenciada por Goiás (-17,2% na área a ser plantada e -16,5% na estimativa da produção).