Um dia após a confirmação pelo Palácio do Planalto de uma redução no orçamento do Ministério da Agricultura, a ministra Kátia Abreu lamentou o corte, mas disse que já trabalhava com ideia de reduzir gastos. Ela evitou confronto com o titular da Fazenda, Joaquim Levy, e cobrou "inteligência" do ministro ao comentar o assunto.
"Eu diria ao produtor que 2015 é um ano de cautela e de observação no mercado, muito mais no mercado do que no Joaquim Levy. Se o mundo estiver pedindo mais [alimentos], tenho certeza que de o Levy terá inteligência para ver", afirmou. Ele considera que o corte nas despesas mensais não significa necessariamente redução dos recursos para produção no próximo Plano Agrícola e Pecuário (PAP), que deve ser divulgado até junho.
Ela disse que já pretendia trabalhar com menores provisões de recursos para modernizar a pasta, mas apenas no sentido dos gastos, para modernizar o ministério, apontado por ela como "um dos mais importantes do Brasil". "Eu devo confessar que já estávamos preparando um orçamento de 1/18, mas não pretendia devolver dinheiro para o Tesouro", disse.
A ministra afirmou que prepara um plano de trabalho para "fazer um gasto melhor" dos recursos da Agricultura, que tem previstos R$ 11,6 bilhões para despesas em 2015. O corte orçamentário anunciado ontem pelo governo significa uma redução de R$ 47,5 milhões nessas despesas, até que o Congresso Nacional aprove o Orçamento de 2015.
Segundo a Kátia Abreu, sobre o total de recursos administrados pelo ministério, o orçamento disponível no primeiro trimestre pode ser reduzido de R$ 427 milhões para R$ 255 milhões -- uma diferença de R$ 172 milhões. A expectativa é de que o Congresso aprove o Orçamento até março.
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