O Brasil já possui cerca de 3 milhões de sacas de sementes da soja transgênica Intacta RR2 PRO, que acaba de ter importação aprovada na China, conforme estimativa da Monsanto lançada nesta terça-feira (11/06) em São Paulo. O presidente da empresa no Brasil, Rodrigo Santos, disse que o volume é suficiente para 2,5 milhões de hectares, perto de 8% da safra que será plantada a partir de setembro.
O material seria inutilizado se a China, principal cliente da agricultura brasileira, demorasse mais um ano para se posicionar, segundo a Monsanto. Esse volume não inclui a produção de 1 mil produtores que participaram de testes com a Intacta. Refere-se apenas às sementes de multiplicadores e de empresas licenciadas (que usam a tecnologia transgênica em suas variedades).
A Monsanto só deve divulgar na próxima semana quanto a nova tecnologia vai custar para o produtor brasileiro. “Se o lançamento tivesse ocorrido no ano passado, o valor seria o divulgado [R$ 115 por hectare]”, disse Márcio Santos, diretor de Produtos da Monsanto no Brasil. A política comercial deve considerar também a suspensão da cobrança de royalties sobre a soja transgênica RR1, que é plantada em cerca de 90% das lavouras brasileiras.
A Monsanto informa que os mil produtores que testaram a semente em 2012/13 colheram seis sacas a mais por hectare (incremento de 10%) na comparação com a própria RR1, única só transgênica plantada comercialmente no Brasil por sete safras. Os royalties serão uma “pequena parte” desse incremento, garantiu o presidente da empresa no Brasil. Ele afirmou que os produtores terão benefício maior que a indústria.
A multinacional não possui estimativa exata sobre a área que a Intacta vai ocupar no médio prazo, uma vez que serão necessários cinco anos para produção plena de sementes e as novas tecnologias estão sendo substituídas cada vez mais rapidamente.
A Intacta exige que o produtor mantenha 20% da lavoura com outro tipo de semente. Essa área de "refúgio" serve para que insetos não resistentes à tecnologia se reproduzam em cruzamento com insetos que estejam criando resistência e, assim, façam com que a Intacta continue sendo eficaz. A tecnologia conta com aprovação do mercado europeu e também da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio).