A produtora norte-americana de grãos transgênicos Monsanto rejeitou a oferta de aquisição de US$ 62 bilhões feita pelo grupo alemão Bayer. A Monsanto considerou a proposta insuficiente, mas se declarou aberta a negociar.
O conselho de administração da Monsanto “considerou por unanimidade que a oferta da Bayer AG é incompleta e financeiramente inapropriada”, disse a empresa em um comunicado, acrescentando que “continua aberta a manter discussões construtivas para determinar se uma transação (..) é possível”.
Enquanto a Monsanto enxerga uma lógica industrial na combinação com a Bayer e também acredita que o acordo seria aprovado por órgãos reguladores e de antitruste, a empresa também tem confiança no seu plano autônomo e acredita que os acionistas merecem uma melhor oferta.
Bayer oferece 20 bilhões de dólares a mais que o esperado pela Monsanto
Na quinta-feira (19), antes de a Bayer oficializar a proposta, especuladores falavam em US$ 42 bilhões. Valor oferecido foi de US$ 62 bilhões
O grupo alemão Bayer oficializou nesta segunda-feira (23) a oferta de 62 bilhões de dólares (55 bilhões de euros) para assumir o controle da produtora americana de grãos transgênicos Monsanto. Se concretizada, a operação criará a líder mundial do setor de pesticidas e adubos.
“A Bayer fez uma oferta em dinheiro por todas as ações da Monsanto a 122 dólares por ação, por 62 bilhões de dólares”, anunciou o grupo químico-farmacêutico germânico.
A Bayer havia anunciado na quinta-feira (19), sem revelar detalhes, que estava em contato com a Monsanto. Esta última é a fabricante que detém a patente do glifosato, princípio ativo do herbicida Roundup, um dos defensivos mais usados na agricultura.
A empresa alemã explicou que a proposta representa um aumento de 37% em comparação à cotação do título da Monsanto na véspera da oferta, que foi feita em 9 de maio, apesar de o grupo com sede em Saint-Louis ter registrado desde então uma valorização importante graças aos boatos sobre os contatos de fusão/aquisição.
A operação, caso seja sacramentada, irá “criar uma empresa líder no setor da agricultura, com capacidades excepcionais de inovação, em benefício dos agricultores, de nossos funcionários e das comunidades onde estamos presentes”, afirmou o presidente da Bayer, Werner Baumann, que assumiu o comando do grupo em 1º de maio.
A Bayer espera obter com a operação uma economia de 1,5 bilhão em três anos e registrar um aumento do lucro de 5% no primeiro ano e de pelo menos 10% nos seguintes.
A fusão Bayer-Monsanto confirmaria a consolidação do movimento no setor, com a fusão em curso entre as americanas Dow Chemical e DuPont, assim como a do grupo suíço Syngenta com a chinesa ChemChina.
O Greenpeace organizou no fim de semana protestos em vários países para exigir a proibição dos pesticidas e dos organismos geneticamente modificados (OGM).
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