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Com 400 mil hectares a mais de soja do que no ano passado, Mato Grosso consolida sua posição de líder nacional na produção da oleaginosa e impulsiona a co­­lheita brasileira de grãos no ciclo 2011/12. Levantamento realizado pela Expedição Safra Gazeta do Povo mostra que a commodity ocupa 6,7 milhões de hectares e deve alcançar 21,37 milhões de toneladas no estado do Centro-Oeste.

O volume representa quase um terço do total a ser colhido pe­­lo Brasil nesta safra – 74,7 milhões de toneladas. Deve compensar a redução de 100 mil hectares no cultivo da soja verificado no Paraná, que decidiu apostar um pouco mais no milho. Es­­pera-se rendimento de 3.190 quilos por hectare em Mato Grosso.

A valorização das commodities agrícolas e as perspectivas climáticas favoráveis ao desenvolvimento da soja no Centro-Oeste do país contribuíram fortemente para que os produtores mato-grossenses ampliassem o cultivo, explica Robson Mafiolet­ti, analista técnico-econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) que participa da Expedição Safra.

"A área de milho é praticamente insignificante em Mato Grosso. Por isso, os produtores se inclinam com mais facilidade à soja", complementa. Diferente­men­­te do Sul do país, Mato Grosso não tem previsão de seca relacionada ao fenômeno La Niña. O maior receio do setor é o possível excesso de chuvas du­­ran­­te a colheita e o escoamento da produção. O milho ocupará 70 mil hectares em Mato Grosso, aponta o indicador da Expedição.

Lucratividade

Além da expectativa de boa produção, boa parte dos produtores de Mato Grosso garantiu rentabilidade vendendo parcela significativa da colheita por preços maiores que os atuais. As estimativas locais dão conta de que mais da metade da safra do estado já foi vendida a preços médios superiores em pelo menos R$ 1 por saca sobre 2010/11.

Na capital mundial da soja, o incremento na rentabilidade pode chegar a R$ 5 por saca, segundo Laércio Lenz, presidente do Sindicato Rural de Sorriso. "O pessoal negociou a um valor médio de R$ 38 por saca neste ano, contra R$ 33 nesta época de 2010", conta.

Não é raro encontrar agricultores que comercializaram quase toda a produção antes do plantio. Esse é o caso de Pierre Patriat, um francês dono de 1,1 mil hectares de terras em Rondonópolis (região Sul do estado) que já com­­prometeu 75% da produção de soja esperada para este ano.

Mesmo estando acima da média estadual, ele considera que o volume vendido deveria ter sido maior. "O meu custo subiu 20% este ano – puxado por fertilizante – e agora estamos vendo a soja perder valor. Nesta época do ano passado já tinha vendido 85%", afirma ele com sotaque carregado. A expectativa de aumento de produtividade, no entanto, tende a compensar uma possível queda no preço médio de comercialização deste ano. No ciclo 2010/11, Pa­­triat colheu 3,3 mil quilos (55 sa­­cas) por hectare. Neste ano, ele espera retirar da lavoura 3,6 mil quilos (60 sacas), em média.

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