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O acordo entre a Brasil Foods e os avicultores tem o desafio de preservar a sustentabilidade de propriedades como a de Geraldo Mathiusso Gonçalves, avicultor no municídio de Piraí do Sul, nos Campos Ge­­rais. Ele foi um dos primeiros a migrar da produção de perus para a de frangos, há aproximadamente dois anos, antes até da transição em massa ocorrida no ano passado por decisão estratégica da empresa.

"Não estou nem um pouco satisfeito com os frangos. Antes, meu funcionário gastava meio dia para tratar dos aviários; agora, eu tenho que ajudar ele e, ainda assim, trabalhamos noite e dia no início de cada lote", reclama.

Mas, o que mais preocupa Gonçalves é a baixa remuneração do frango, em comparação com os perus. "Perdi aproximadamente 40% da renda que tinha criando perus. Era muito bom, mas agora dá apenas pra sobreviver no campo", relata. Ele também diz não ter recebido informações detalhadas sobre o acordo entre a Associação dos Avicultores dos Campos Gerais (AACG) e a Brasil Foods.

O presidente da AACG, Carlos Bonfim de Andrade, rebate dizendo que todos os pecuaristas vão ser informados pelos técnicos da indústria e pela própria associação sobre os reajustes e os prêmios. "Eu entreguei um lote de frangos ontem e já veio com o reajuste. Conforme os produtores forem entregando seus lotes, vão perceber a diferença", conta.

Mesmo assim, Gonçalves afirma que ainda não estará de todo satisfeito. "Se eles pagarem os prêmios, só vão estar devolvendo o que retiraram de nós anteriormente. Agora é esperar pra ver", diz o produtor.

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