Se entre os produtores a opção pela soja transgênica não é unanimidade, entre os pesquisadores plantar ou não OGM é mais uma questão técnica. "Não é remédio para tudo, é mais uma tecnologia, e vai usar quem precisa", diz Lineu Alberto Domit, pesquisador da Embrapa Soja, de Londrina.
A flexibilidade no manejo da lavoura, no controle das ervas daninhas ainda é a principal vantagem da soja Roundp Roundup (RR). O transgênico ganha espaço porque, destaca Domit, "apenas 20% das lavouras brasileiras estão livre do mato". O pesquisador explica que a área com OGM só não é maior em função de o produtor estar experimentando as variedades disponíveis. "A tecnologia ele já conhece, a dúvida está na adaptação e no potencial produtivo da variedade."
Segundo Ivo Carraro, "a pesquisa está preocupada com as qualidades agronômicas da soja OGM. O produtor reduz o custo, mas ele também quer produtividade," afirma. Na avalição de Carraro, a redução de custo é uma realidade, mas não é só isso. "Se o orçamento fosse igual ao da convencional, a opção pela transgênica vem pela facilidade de manejo, poucas aplicações e flexibilidade para administrar o defensivo."
Na propriedade de Roberto Tonet, em Campo Mourão (Noroeste), 70% da área será com soja modificada. Em condições normais de desenvolvimento da lavoura, ele espera uma produtividade entre 55 e 60 sacas por hectare ou 3.300 a 3.600 quilos. Um rendimento acima da média histórica do estado, de 2.800 quilos. Tonet faz a opção pelo OGM pensando na redução de custos e no manejo mais flexível.