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Nas mãos das cooperativas

A área de algodão no estado só não acabou graças ao esforço da pesquisa e à teimosia de uma cooperativa no Norte do Paraná. Estimativa do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), revela que a cultura perde ainda mais espaço. Na safra que começa a ser cultivada (2007/08), a pluma deve ocupar 7,14 mil hectares, contra 12,87 mil hectares do plantio anterior – uma redução de 45% em apenas uma safra.

Até aí, nada de anormal, a considerar que no início da década de 90 o Paraná era o primeiro produtor do país, com mais de 700 mil hectares. O fato relevante está na aposta da Cooperativa Central de Algodão (Coceal), com sede em Ibiporã (Região Norte), que vai responder por quase 60% dos pouco mais de 7 mil hectares que ainda restaram. Na comparação com a última safra, a área da cooperativa vai na contramão do estado e aumenta 33%. Passa de 3 mil para 4 mil hectares.

Almir Montecelli, presidente da Coceal, garante que o negócio é viável e que o algodão só não ganhou área no Paraná este ano por causa da concorrência com a soja. Na avaliação do dirigente, a cotação em alta da oleginosa foi determinante na opção do produtor. Ainda assim, "o algodão mecanizado, com qualidade e produção acima de 200 arrobas por hectare, pode ser mais competitivo e ter rentabilidade melhor do que a soja e o milho".

Em maio, no final da colheita 2006/07, o Caminhos do Campo publicou uma reportagem sobre a expectativa de retomada da cultura no estado, a partir de um novo modelo de produção. Ancorado no plantio e colheita mecanizados, o sistema tem uma garantia de remuneração mínima, subsidiada pela cooperativa. Se por algum imprevisto a lavoura não render nada, o produtor vai receber da Coceal perto de R$ 400 por hectare.

Pelo menos por enquanto, a meta da cooperativa de ampliar a área em 20% ao ano está sendo cumprida. O problema será quando o projeto atingir a capacidade máxima de processamento da indústria, que corresponde ao cultivo de 5 mil hectares. Montecelli reconhece que a situação do estado é complicada e que não existe nenhuma iniciativa para dar suporte a uma retomada mais agressiva. "A solução seria levar nosso projeto para outras regiões, mas enquanto isso não acontece podemos ver a área cair ainda mais", admite o dirigente.

Da previsão total de plantio no estado, 85% da área estão nas mãos das cooperativas. Além dos 4 mil hectares da Coceal, os produtores da Coamo, com sede em Campo Mourão, vão semear 1.400 hectares, 20% a menos que na safra anterior. Na Coagel, de Goioerê, os dados ainda não estão fechados, mas os técnicos já trabalham com uma redução de 1.228 para até 700 hectares.

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