Em algumas regiões do Paraná o plantio de verão está mais de 30 dias atrasado. E o motivo, nem precisa ser agricultor para saber, porque a falta de chuva também tem reflexos nas cidades. Com o tempo seco e a baixa umidade do ar, aumentam as queimadas e os problemas respiratórios.

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Neste momento, porém, é no campo que a estiagem causa maior preocupação. Os agricultores estão animados e o otimismo contagia os agricultores, mas a expectativa de uma safra cheia começa a ser comprometida. Com os preços em alta e o mercado aquecido, os produtores de grãos se prepararam para cobrir todas as áreas disponíveis para cultivo. A intenção de plantio, no entanto, começa a ser revista.

Esta é uma semana decisiva. As informações levantadas pela Expe-dição Caminhos do Campo revelam que o prazo ideal para o cultivo do mi-lho, por exemplo, está no limite. Em determinadas áreas, embora não seja o recomendado, é possível acionar as plantadeiras até a primeira semana de novembro. O problema, aí, passa a ser com a soja. O produtor terá de se desdobrar para conciliar o manejo das duas culturas ao mesmo tempo.

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Apesar das previsões pouco animadoras sobre o clima e os problemas que ele pode ocasionar, a percepção no campo continua sendo positiva. O setor acredita em uma boa safra e confia num resultado ainda melhor que do último período. Como antecipamos na primeira da série de reportagens da Expedição, o produtor está sem medo de investir.

Em sua primeira estimativa, a Conab traz um número de produção superior a 134 milhões de toneladas, o que seria um novo recorde na produção de grãos. Por outro lado, o indicativo da Conab não deixa de ser uma sinalização de risco, uma vez que nem o plantio está garantido, quem dirá a produção.

Vale lembrar que estamos em ano de La Niña, fenômeno ruim para a agricultura no Centro-Sul do Brasil. Isso não significa, necessariamente, prejuízo, mas talvez um menor rendimento, o que torna prematura qualquer afirmação de produção recorde ou de supersafra. É hora de apostar, desde que seja com os pés no chão e o uso racional da tecnologia. Também é preciso investir, mas também calcular o grau de risco.

Na edição de hoje, o Caminhos do Campo discute com produtores e especialistas em meteorologia o comportamento climático deste ano agrícola. Em resumo, a reportagem mostra que o clima será, mais uma vez, o fiel da balança na safra 2007/08. A informação que ainda mantém o otimismo é que, na pior das hipóteses, teremos uma boa safra, escorada num cenário de sustentação de preço e mercado.

Sobre as chuvas, elas devem voltar a partir desta semana. Esparsas e insuficientes, é verdade. Mas, para quem está plantando na poeira, qualquer garoa é bem vinda.

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