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Paranacity – A Prefeitura de Paranacity (Noroeste do estado) está aplicando cerca de R$ 80 mil em um programa de melhoramento do urucum que, ao lado da cana, ocupa hoje o posto de cultura agrícola mais rentável na região. Originário da Amazônia, o urucum é mais conhecido por um de seus subprodutos – o colorau, utilizado pelas cozinheiras para dar textura e uma cor avermelhada aos pratos. Mas o pigmento encontrado na semente dessa planta é matéria-prima em indústrias tão diversas quanto a alimentícia (corante em embutidos, sorvetes e massas), a de tintas e a de cosméticos.

O Paraná é o sexto produtor nacional, com 1,1 mil toneladas colhidas na safra passada. Responde por 8,1% da produção nacional, de 13,5 mil toneladas. Dos 150 produtores do estado, 120 estão concentrados em apenas dois municípios: Paranacity (com 80) e Cruzeiro do Sul. A área cultivada no estado atinge 1,2 mil hectares.

Líder estadual na cultura, Paranacity investe para melhorar a produtividade do urucum. "Ainda predominam as variedades comuns, introduzidas na região nos anos 80", explica Daniel Alves, secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente. "As variedades melhoradas, hoje cultivadas no Nordeste e no Norte do Brasil, produzem até 10 quilos de semente por árvore/ano. Aqui, conseguimos, no máximo, metade disso."

Além de mais produtivas, as variedades melhoradas geram sementes com maior concentração de bixina (o poder de coloração da planta). Por isso, o quilo de sementes das variedades comuns alcança apenas R$ 2, metade do obtido por quem produz as variedades melhoradas. Mesmo sem a tecnologia necessária, a cultura é rentável, segundo Alves. "Atualmente, as melhores opções para a pequena propriedade na região são o urucum e o leite."

O programa de melhoramento inclui construção de laboratório, instalação de campo experimental na Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória (Copavi) – mantida por um assentamento-modelo do município – e formação de associação de produtores, para a compra de insumos e máquinas e a venda da colheita sem passar por atravessadores.

O urucum é uma planta perene, cujas lavouras precisam ser renovadas a cada dez anos. Pode produzir até três vezes por ano. Após a colheita, as árvores – que se aproximam dos 3 metros de altura – são podadas.

O urucum é a principal fonte de renda da família de Miguel Gusman e Iraci de Oliveira Souza. O casal, que mora num sítio junto à PR-463, num dos trevos de acesso a Paranacity, tem quase 10 hectares destinados à cultura. Nesta safra, a produção, de 10 mil quilos, deverá render R$ 20 mil. "É o que está dando mais, porque quase não usamos veneno e adubo. As outras lavouras dão muita despesa", conta Iraci, de 47 anos.

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