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O Brasil vem projetando aumento na produção de grãos desde a década passada, mas não conseguiu melhorar a infraestrutura necessária ao crescimento das atividades agrícolas. A edição de hoje do Agronegócio mostra que os altos preços internacionais das commodities estão embalando a expansão no campo, mas anunciam sobrecarga em armazéns, estradas e portos.

A parte boa dessa tendência é justamente o fato de o país ter condições de produzir uma supersafra numa época de preços altos. Ou seja, o campo avança com rentabilidade, o que é essencial para a capitalização dos produtores e para investimentos de médio e longo prazo. Será possível pagar contas, comprar máquinas, ampliar a capacidade produtiva.

Porém, o desafio de escoar uma produção bem acima da alcançada nos últimos anos terá de ser enfrentado com a infraestrutura privada e pública disponível. O que puder ser feito para que cada elo da cadeia opere de forma organizada e orquestrada vai ajudar. Mas o setor admite que não há mais tempo para solucionar problemas crônicos, como o das rodovias sobrecarregadas e os limites das ferrovias e hidrovias.

Segundo a Aprosoja, existem estradas que recebem quatro vezes mais veículos do que deveriam em Mato Grosso. E os caminhões circulam a menos de 60 quilômetros por hora em longos trechos. Com a falta de caminhoneiros e as novas regras sobre paradas obrigatórios para os caminhões, esses problemas podem se agravar.

Tudo isso representa custo para o agronegócio. Ou seja, fosse um ano de preços baixos, esses problemas colocariam a própria viabilidade da produção de grãos em risco.

Com os preços recordes, relacionados à seca enfrentada nos Estados Unidos, é como se o mercado estivesse dando uma nova chance para o país avançar em infraestrutura. Porém, nos próximos anos, essas condições podem não se repetir.

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