O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), reduziu sua estimativa para a safra de grãos 2015/16. O levantamento divulgado nesta quinta-feira (28) prevê a colheita de 37,735 milhões de toneladas, redução de 1% em comparação à produção da temporada 2014/15, quando saíram dos campos 38,085 milhões de toneladas. O número também está abaixo da expectativa inicial de 38,5 milhões. “Essa redução de 1% ainda é muito pequena porque continua sendo uma grande safra”, afirma o diretor do Deral, Francisco Carlos Simioni.
A queda na projeção se deve ao excesso de chuva que prejudicou a colheita de soja e aos problemas com o milho safrinha causados pelo calor e temperaturas acima da média para o mês de abril.
Para a soja, a estimativa de produtividade é calculada em 53 sacas por hectare, abaixo das 55,4 sacas colhidas na safra passada. Com isso, a produção deve ficar em 16,745 milhões de toneladas, contra 16,957 milhões há um ano. “As regiões noroeste e norte registraram as maiores perdas. Tem produtor que perdeu 20%, outros perderam até 70%”, afirma Simioni. Com 59% da safra de soja já comercializada, segundo o diretor, alguns produtores podem ter dificuldades para liquidar seus compromissos. “Além de o produtor ter recebido menos por causa da queda na qualidade do grão, deixando de ganhar mais dinheiro, eles também terão que adquirir outros lotes para cumprir os contratos”, explica.
No caso do milho safrinha, apesar da redução de 6% na produtividade em decorrência da estiagem que atingiu parte do Estado em abril, estimada em 93,7 sacas por hectare, contra um rendimento de 97,8 sacas estimados em março e abaixo das 100 sacas por hectare do ano passado, a produção deve superar os 11,569 milhões de toneladas e está calculada em 12,398 milhões, a maior da história.
“Não é uma ilha de prosperidade, mas os produtores não podem reclamar. É um ano bom para produtor. Se por um lado houve redução na produção, os preços estão em bons patamares e sustentáveis”.
A preocupação dos produtores é com o milho safrinha que está em campo e pode sofrer com a ocorrência de geadas. Até a última segunda-feira (25), 10% do cereal estava em desenvolvimento vegetativo, 31% em floração e 53% em frutificação.
Trigo
A nova estimativa também traz uma redução ainda maior para a área de trigo da safra 2015/16. Calculada em 1,16 milhão de hectares, houve uma redução de 14% em relação à safra 2015. Em março, o recuo esperado era de 11%. Com isso, o potencial produtivo caiu para 3,5 milhões de toneladas, abaixo dos 3,6 milhões estimados em março, mas ainda acima do volume produzido na safra passada.
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