Os R$ 12 bilhões ainda disponíveis nos bancos do total de R$ 107 bilhões do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2011/12 destinado a agricultura empresarial ficaram menos atraentes. Com o rumor de que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai reduzir os juros para a safra 2012/13, apenas os agricultores que planejam fazer o pré-custeio devem optar pela contratação do recurso "antigo" até o próximo dia 30. Caso reste dinheiro, será a quarta safra consecutiva que o valor disponibilizado não é consumido integralmente.
"Contratar ou não o recurso é uma decisão estratégica do agricultor. Quem está fazendo o pré-custeio pode economizar em insumos, já que o custo de produção deve aumentar", ressalta Pedro Loyola, assessor técnico da Federação Estadual da Agricultura e Pecuária (Faep). Essa estratégia é mais lucrativa se o aumento no preço do produto for maior que a redução nos juros dos financiamentos.
Rumores do mercado dão conta de que o governo prevê corte de 0,5 ponto porcentual nos juros cobrados de grandes produtores, hoje em 6,75% ao ano, e de 0,25 ponto para os médios, atualmente em 6,25%. Para a agricultura familiar, as taxas variam entre 0,5% e 2% ao ano e não devem ser alteradas.
Apesar da redução, o setor esperava mais do governo, algo em torno de 1 ponto percentual de redução. A última vez que houve redução de juros para a agricultura comercial foi em 2007, de 8,75% para 6,75%.
"Ainda é uma informação extraoficial. Confirmada, apesar de toda redução ser boa, poderia ser mais ousada. A taxa básica de juros (Selic) caiu mais que isso. O governo tinha gordura para queimar", afirma Loyola. A assessoria do Mapa não confirma a redução de juros e apenas informa que o órgão "ainda está construindo o plano com o Ministério da Fazenda".
Ainda de acordo com o órgão, o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, negocia com a presidente Dilma Rousseff o lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2012/13 entre os dias 26 e 28 deste mês, em Brasília, após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20.
Entre as reivindicações das entidades do agronegócio do Paraná está o aumento do valor do PAP para R$ 150 bilhões, sendo R$ 128 bilhões para agricultura empresarial e R$ 22 bilhões para a familiar. Na safra atual, o valor foi de R$ 107 bilhões para os produtores empresariais e R$ 16 bilhões para os familiares, totalizando R$ 123 bilhões.