Apesar da importância dessa cadeia produtiva para o agronegócio no país, isso há mais de 100 anos, o Brasil ainda não conseguiu definir uma política agrícola perene e consistente que possa disciplinar o setor. Entre medidas de intervenção, regulamentação e desregulamentação, a cafeicultura está presa a uma linha do tempo que vai do glamour da atividade à tragédia da geada negra, na década de 70, sempre assistida pelo paternalismo do governo.

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A decisão mais recente, de por fim aos estoques públicos, uma tentativa de fazer com o setor se auto-regule, por exemplo, hoje se configura em um tiro no pé. Menos de um ano após esvaziar os barracões, o governo recua e volta a intervir no mercado. Mais do que isso, além de iniciar um processo de recomposição dos estoques, está trocando dívida por café. O escambo tem lá os seus motivos, mas nada que justifique 100 anos de uma política agrícola cafeeira mal administrada, para não dizer equivocada.

É preciso considerar as variáveis, como clima, mercado e tecnologia. Mas fica difícil admitir que em mais de um século de história da cultura o país não tenha conseguido organizar a cadeia e consolidar uma política efetiva, estratégica e de crescimento ordenado para o café nosso de cada dia.

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