Novembro será um mês intenso para o agronegócio paranaense. Concentra o pico do plantio de soja e de quebra boa parte do cultivo de milho, que está atrasado por falta de chuva em setembro e outubro. O período também é decisivo na opção do produtor pelo cereal ou pela oleaginosa. A escolha, na verdade, ocorre mais por critérios técnicos. Como as duas commodities estão com a cotação em alta no mercado internacional, plantar uma ou outra vai depender da melhor época de cultivo e da intensidade das chuvas. Juntos, milho e soja vão ocupar 5,35 milhões de hectares no estado. A área será recorde, conforme antecipou a Expedição Caminhos do Campo, da Gazeta do Povo.
Mas fora da área de grãos o cenário não é tão positivo assim. Matéria publicada na edição de hoje mostra a dificuldade na manutenção da cultura do algodão no Paraná, que por pouco não acaba. Na safra que começa a ser cultivada, o estado vai semear pouco mais de 7 mil hectares, uma área que no início da década de 90 foi cem vezes maior. De primeiro produtor nacional de pluma, passamos a representar uma parcela quase que insignificante na produção brasileira. Contudo, ainda resta um último suspiro. Se no balanço estadual a área cai, na Região Norte um esforço da pesquisa e de um projeto cooperativo resiste ao fim da atividade no estado e tenta virar o jogo, o que não será nada fácil.
Do lado da pecuária, tem início na quinta-feira a segunda etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. Serão 20 dias de mobilização e conscientização para mostrar que existe uma preocupação com a sanidade do rebanho. Mas é inevitável a relação com o episódio da ocorrência dos focos da doença em outubro de 2005. Mesmo porque, dois anos depois o Paraná ainda não recuperou o status de área livre de febre aftosa, credencial para voltar a exportar carne bovina. Tudo bem que não somos um grande exportador, mas nesses 24 meses o estado deixou de embarcar o equivalente a US$ 650 milhões. Esse, aliás, é o único fato concreto. Porque o episódio do reaparecimento do vírus não foi esclarecido e a devolução do status sanitário ao rebanho paranaense também não tem data para ocorrer.
Por fim, é época de fazer contas, mas também de pagar contas. Depois das prorrogações aprovadas no primeiro semestre, referentes às últimas três safras, o governo federal resolveu endurecer com o setor. As negociações para outras renegociações emperraram e o produtor precisa estar preparado para quitar débitos anteriores e que vencem durante o andamento da atual safra. Amanhã, por exemplo, é dia de pagar uma parcela da securitização. E o governo já avisou que desta vez não tem choro nem vela. Quem não pagar vai parar no cadastro Dívida Ativa da União.
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