Há menos de um mês, pouca gente acreditava que o Brasil teria condições de bater um novo recorde com as vendas externas de milho. Até hoje, os embarques do país nunca ultrapassaram os 10,8 milhões de toneladas, registrados em 2009/10. Com uma logística ainda ineficiente para dar vazão à parte exportável da produção de grãos e perspectivas de entrada antecipada da colheita dos Estados Unidos principal player mundial restaria pouco tempo hábil para que as exportações brasileiras alcançassem ou superassem as 11 milhões de toneladas. A meta, porém, parece cada vez mais perto da realidade e já tem quem aposte em 12 milhões de toneladas. Se confirmado, o volume traria fôlego ao quadro interno do cereal. As previsões do governo indicam que mesmo enviando 11 milhões de toneladas ao mercado internacional, o país tende a terminar a safra 2011/12 com 16 milhões de toneladas do produto, o maior estoque dos últimos anos.
O horizonte muda a favor do Brasil conforme piora para os agricultores norte-americanos. O clima virou e safra dos Estados Unidos, que embora se encaminhe para ser a maior de todos os tempos, se vê ameaçada pela falta de chuva e altas temperaturas. A situação no cinturão de produção de grãos no Hemisfério Norte é o que tem dado suporte para os preços do cereal e também da soja, tanto na Bolsa de Chicago como no Brasil, mostra uma das matérias do Agronegócio Gazeta do Povo de hoje.
Os meteorologistas explicam que a mudança no clima já era esperada, mas não de forma tão rápida e intensa como está ocorrendo. Ao mesmo tempo em que causa preocupação entre os agricultores norte-americanos, a transição do fenômeno La Niña para El Niño é aguardada com otimismo entre os brasileiros, que além de se beneficiarem de uma eventual frustração da safra no maior produtor de grãos do mundo, esperam chuvas regulares, bem distribuídas e índices de produtividade históricos, como aconteceu em 2009/10.
Boa leitura!
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