A ferrovia é apontada pela cadeia produtiva, governo e pelos próprios operadores da malha como alternativa para aumentar a competitividade da produção agrícola, principalmente da Região Oeste do Paraná. Mas o consenso dos setores envolvidos na discussão não está sendo suficiente para transformar esse modal numa opção viável ao setor. As limitações vão de demandas técnicas a econômicas.
Em tese, a ferrovia garante um bom fluxo no escoamento de cargas das regiões Norte e Noroeste do Paraná. Mas quando o assunto é Oeste e Sudoeste, o trecho entre Guarapuava e Ponta Grossa tira a eficiência do trem e cria um gargalo que reduz o potencial da malha ferroviária. Uma composição com uma locomotiva e 25 vagões, por exemplo, trafega com tranqüilidade entre Cascavel e Guarapuava. Porém, para seguir viagem até Ponta Grossa, é preciso acoplar mais uma locomotiva e reduzir para 20 o número de vagões. Essa parte da ferrovia é muito antiga e requer maior atenção em termos de segurança.
Nilson Camargo, da área de logística da Faep, destaca que esse é apenas mais um dos problemas da estrada de ferro que liga o Oeste ao Sul. Para viabilizar essa ferrovia, explica, "é preciso vencer o gargalo, e também maximizar o uso do trecho entre Cascavel e Guarapuava".
Frete
O custo do transporte ferroviário, de acordo com a Ferropar, concessionária da Ferroeste, é cerca de 35% mais baixo que o rodoviário. Horácio Guimarães, diretor de produção da empresa, cita como exemplo o frete de Cascavel a Paranaguá, no pico da safra, quando "o custo rodoviário fica entre R$ 68 a R$ 75 a tonelada e o do trem não chega a R$ 48". Na sua opinião, a Ferrovia serve para balizar o preço do transporte, independente do modal.
Eduardo Fares, gerente nacional de grãos da América Latina Logística (ALL), empresa que administra 2.037 quilômetros da malha no Paraná, diz que o trem é de 5% a 10% mais competitivo que o caminhão. O indicador considera preço e capacidade de atendimento em volume transportado. O Paraná possui 2.285 quilômetros de ferrovias e 15.800 de rodovias .
As três alternativas em discussão para eliminar o gargalo da ferrovia estão descritas no quadro abaixo.
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