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A agricultura tropical é o mundo em desenvolvimento. A disponibilidade de áreas, o aumento da população e a carência de tecnologia aplicada ao agronegócio fazem dos trópicos a última grande fronteira agrícola mundial. Mas as diversidades climáticas, econômicas e culturais dos quase 100 países dessa faixa do globo ampliam os riscos e transformam sua exploração num desafio para poucos, recheado de incertezas e que não admite amadores.

Entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio está localizada quase a totalidade dos países em desenvolvimento. A maior parcela da pobreza do mundo está situada nessa faixa do planeta, cenário que confere um viés humanitário à incorporação dessas áreas. O papel social, de usar a agricultura como instrumento de combate à fome, também está sendo considerado, mas o objetivo final não deixa de ser econômico: o negócio agrícola propriamente dito.

Nesta edição do Caminhos do Campo, o leitor verá que o Brasil é um forte candidato a ocupar este espaço e liderar o avanço da agricultura nos trópicos. A experiência brasileira nos cerrados credencia o país como exportador de tecnologia agrícola e pecuária tropical. Recentemente, técnicos e pesquisadores de vários países reuniram-se em Brasília, numa articulação internacional em busca de alternativas para acelerar e garantir um crescimento sustentável à região.

O pilar central dessa evolução, tanto em relação aos resultados obtidos no Cerrado como na transferência de tecnologia aos demais países tropicais, é a pesquisa. Um pré-requisito que justifica a participação do Brasil, por meio da Embrapa, na linha de frente das discussões. A estatal já anunciou, inclusive, a abertura de um escritório em Gana, na África, com o objetivo de contribuir e participar do desenvolvimento agrícola daquele continente.

Ainda nesta edição será possível conferir uma curiosidade da produção agrícola paranaense. O estado é o quinto produtor nacional de urucum, com 800 mil quilos colhidos na safra passada. Mais conhecido pelo colorau, um de seus subprodutos, utilizado na indústria alimentícia, o urucum ainda fornece matéria-prima para fabricação de tintas e cosméticos. A prefeitura de Paranacity, na Região Noroeste, investe em laboratório e campo experimental para melhorar o desempenho da cultura.

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