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Oeste do PR volta a torcer por chuvas

Nem bem os produtores acabaram de calcular os danos causados pela estiagem de dezembro e janeiro à soja precoce e o clima seco volta a ameaçar as lavouras de verão no Oeste do Paraná. Em fase de enchimento de grãos, as plantações tardias ainda dependem de água. Mas as precipitações previstas para a região nesta quarta-feira (08) não se confirmaram e, em muitos casos, as plantas já atravessam quinze dias sem água e sob color intenso. Conforme o instituto meteorológico Climatempo, há previsão de chuvas para o final desta semana nas áreas mais secas do Oeste, mas os volumes não devem passar de 10 milímetros.

Com 218 hectares de soja em Catanduvas, a família Marcolin acompanha com apreensão os mapas climáticos. O potencial, contam os irmãos Giovani e Flávio, era para 70 sacas (4,2 mil quilos) por hectare. "Do jeito que está, acho que ainda é soja para 55 sacas (3,3 mil quilos por hectare), mas precisa de água para terminar de granar", conta o pai, Ari. "Comparada às condições de lavouras vizinhas, as nossas ainda estão boas. Se chover, será uma safra normal", avalia.

Mais adiantado, o milho dos Marcolin teve perdas menores. Faltando pouco para a colheita, sustenta potencial para 167 sacas (10 mil quilos) por hectare, apenas 8 sacas (500 quilos) abaixo do previsto no início do ciclo.

No Centro-Sul do estado, única região que escapou aos destemperos do clima até agora, produtores também começam a ficar apreensivos. Há cerca de 10 dias sem chuva, as plantações que atravessas as fases de frutificação e floração começam a pedir água, relata o agrônomo Leandro Bren, da cooperativa Agrária, com sede em Entre Rios (Guarapuava). "Por enquanto ainda há reserva hídrica no solo, mas se a seca persistir pode impactar a produtividade da soja", revela.

Segundo o técnico, o milho já sofreu redução de 10% de seu potencial produtivo, mas, apesar da seca de dezembro, ainda deve render aproximadamente 172 sacas (10,3 mil quilos) por hectare na área de atuação da cooperativa – 17 sacas (1 tonelada) por hectare a menos que na safra passada). "Se chover, acho que dá para chegar até a 200 sacas (12 mil quilos) por hectare", calcula Manfred Becker, que é cooperado da Agrária. Segundo as previsões,contudo, a região deve receber apenas 20 milímetros de chuva nos próximos 10 dias, e as temperaturas, que geralmente não passam de 27°C em fevereiro, devem atingir picos de 30°C no período.

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