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O crescimento da soja transgênica perde ritmo no Paraná. Ainda assim, a semente modificada deve cobrir mais da metade da área na safra 2007/08. A aposta é da Coodetec, cooperativa de pesquisa agrícola com sede em Cascavel, na Região Oeste. O diretor executivo, Ivo Carraro, acredita que as variedades disponíveis nessa tecnologia vão estar em 55% das lavouras. Na safra anterior, o Caminhos do Campo apurou que dos 3,96 milhões de hectares cultivados, 47% foram cobertos com OGM (organismo geneticamente modificado).

Apesar dos sinais de acomodação, Carraro diz que existe semente disponível para uma expansão maior, para até 60% da área. Ele explica que a soja convencional foi favorecida, entre outros motivos, pelas opções de ciclo curto, não disponíveis na versão OGM.

Na sua opinião, o transgênico ainda tem espaço. Segundo Carraro, o primeiro "boom" foi com a Roundp Ready, que facilita o controle de ervas daninhas mas tinha qualidade genética deficitária na resposta a outras ne-cessidades. Hoje, destaca, a pesquisa consegue oferecer variedades mais adaptadas, além de agregar outras características, como redução do ciclo, controle à acidez do grãos e doenças.

Dados preliminares da Expedição Caminhos do Campo confirmam a tendência apontada pelo pesquisador. De acordo com a primeira amostragem, feita no Oeste e Sudoeste, 60,4% da área dessas regiões (média) serão destinados ao transgênico. No Sudoeste, a cobertura deve ser maior e superar os 80%. Na safra anterior, a área estimada pelo Caminhos do Campo foi 50% no Oeste e 75% no Sudoeste.

As justificativas para a soja OGM são as mesmas entre os produtores: redução de custo e facilidade de manejo. Para o agricultor Pedro Lupatini, que vai plantar 480 hectares de soja em Cascavel, a semente transgênica ajuda a compensar os custos com a ferrugem asiática. Ele reduz a aplicação de herbicida porque precisa gastar mais com fungicida. No ano passado, a ferrugem exigiu até quatro pulverizações.

Na propriedade de Nestor Araldi, em Palotina, transgênico e convencional vão dividir em partes iguais os 145 hectares. Ele entende que trata-se de mais uma tecnologia e que deve ser utilizada conforme a necessidade.

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