O trigo está cada vez mais escasso no Brasil, mostrou ontem o primeiro relatório de intenção de plantio para a safra 2013/14 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma série de intempéries climáticas – seca na implantação da lavoura, geadas e chuvas em excesso em período crítico do desenvolvimento das plantas, vendavais e granizo – levou dos triticultores brasileiros perto de 1 milhão de toneladas de cereal – quase tudo no Paraná. Nas contas da estatal, a safra paranaense de 2013 não deve render mais de 1,72 milhão de toneladas. “As perdas já acumulam 35,96% da produção estimada em julho, que era de 2,68 milhões de toneladas”, revela o documento.
A Conab destaca a grande incidência de doenças fúngicas como brusone e giberela, mas afirma que o maior dano foi provocado pelas baixas temperaturas de julho e não descarta novas perdas “caso ocorram geadas nos próximos dias”. Segundo a companhia, 93% das lavouras que ainda estão no campo são consideradas suscetíveis a quebras climáticas. O cenário tem incentivado a comercialização do cereal, que, segundo a Conab, atinge a 12% no Paraná. “Os preços recebidos pelos produtores atingiram os maiores valores nominais de todos os tempos devido à escassez do produto no mercado interno e nos países vizinhos e ao aumento da taxa de câmbio”, explica o relatório.
Cotação dobrada
R$ 54 chegaram a ser oferecidos aos triticultores de Ponta Grossa pela saca de 60 quilos de trigo ontem, 60% acima da cotação média de outubro do ano passado no estado.
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