Oficialmente, a safra 2009/10 rendeu ao país 149 milhões de toneladas de grãos. Ou exatas 148,99 milhões de t, segundo a Conab. Dado surpreendente, resultado de clima favorável e tecnologia. Receita certa de boa produtividade, mas que infelizmente não se reflete em rentabilidade.
Os preços médios no mercado internacional até que não foram dos piores e vêm se mantendo na casa dos US$ 10/bushel ou US$ 22/saca de soja. O que nos leva à conclusão de que o grande vilão da última temporada à agricultura brasileira foi mesmo o câmbio, que pressiona ainda mais o custo de produção, reduz as margens e tira a competitividade da produção nacional.
De qualquer forma, uma grande safra, que, com a demanda aquecida no comércio internacional, faz girar todos os elos da cadeia produtiva, dentro e fora da porteira. Cenário que também obriga o produtor a ser mais eficiente, não apenas na hora de plantar ou colher, mas também no momento de se planejar, de fazer as contas.
Para o ciclo 2010/11, que está apenas no começo, com o início do plantio de verão em algumas regiões mais ao Sul do Brasil, não será diferente. Talvez seja ainda mais difícil, a considerar a oferta mundial em alta, com a superssafra que está sendo colhida nos Estados Unidos, o fenômeno La Niña, que reduz as chuvas, e nenhuma perspectiva de valorização do dólar frente ao real, relação que impacta no faturamento com as exportações.
A saída, mais uma vez, terá então de ser a eficiência, para reduzir custos, aumentar a produtividade e tentar minimizar os efeitos desfavoráveis do clima e do câmbio, principalmente. Outro fator de preocupação também deve ser o da tecnologia, na dose certa, e da orientação técnica, assertiva. Estamos falando de informação, segura e qualificada, que auxilie na tomada de decisões.
Escolhas que precisam ser feitas neste momento e com certa agilidade vão refletir em todo um processo, que ao final da safra vai determinar não apenas a rentabilidade ou o tamanho da safra, mas o amadurecimento e profissionalização da agricultura brasileira.
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