A área de soja com semente geneticamente modificada aumenta apenas um ponto porcentual. De acordo com a sondagem da Expedição, 48% dos 4 milhões de hectares serão cobertos com variedades transgênicas. No ano passado, o Caminhos do Campo apurou que 47% dos 3,96 milhões de hectares receberam soja OGM.
A explicação das empresas de pesquisa e multiplicação de sementes é que ocorre uma acomodação na adoção da tecnologia. O pesquisador Lineu Alberto Domit, da Embrapa Soja, de Londrina, destaca que, após três safras de experiência com soja transgênica, o produtor tem melhores condições de avaliar os benefícios técnicos e econômicos das variedades OGM ou convencional e fazer a escolha de acordo com suas necessidades.
A Embrapa estima que a semente modificada deve cobrir, no máximo, 55% da área nesta safra. O mais provável é que esse teto não seja atingido, dizem os pesquisadores. O número da Embrapa é praticamente o mesmo da Coodetec, cooperativa de pesquisa com sede em Cascavel. Ivo Carraro, diretor executivo, acredita que o transgênico tem potencial para ocupar até 60% do espaço de cultivo da olegianosa, mas que isso vai ocorrer à medida que o produtor tiver variedades mais adaptadas e com desempenho igual ou melhor que das convencionais.
O produtor João Carlos Fioresi, de Campo Mourão (Noroeste), é um exemplo do que deve ocorrer neste ano. Ele vai dividir sua área de soja em partes iguais para transgênica e convencional.
Fioresi, que também produz sementes, entende que as variedades mais produtivas e adaptadas começam a chegar ao mercado a partir da safra 2008/09. "Também não dá para comparar a evolução das duas tecnologias, já que uma tem apenas 3 anos anos e outra mais de 30", diz Fioresi.
Na propriedade vizinha, de Joaquim Peres Montans, 100% da soja será geneticamente modificada. Os motivos são a alta infestação de ervas daninhas, menor custo e facilidade de manejo, explica o produtor, que não reclama da produtividade. Ele conta que na safra anterior produziu, em média, 3.400 quilos por hectare.
As áreas com maior participação de transgênicos estão no Oeste e Sudoeste do Paraná, onde as sementes OGM devem estar em 60% das lavouras. Nos Campos Gerais, 25%; Norte, 42,5%; Noroeste, 50%; Central, 20%; e Centro-Sul, 26%. A Embrapa demonstra preocupação com as sementes piratas. Os pesquisadores calculam que 18% do material geneticamente modificado seja comercializado sem certificação.
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