A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) anunciaram nesta segunda-feira (16) que é improvável que o herbicida glifosato seja cancerígeno ao ser humano. A informação foi divulgada em Genebra, durante evento na sede da Organização das Nações Unidas (ONU)
“É improvável que o uso do glifosato através da dieta seja cancerígeno para o homem”, disse a OMS em comunicado publicado ao fim de um painel de especialistas sobre resíduos de pesticidas nos alimentos e no meio ambiente.
“Os testes científicos indicam que a administração de glifosato e de produtos derivados a doses de até 2 mil miligramas por quilo, por via oral, que é a maior exposição à substância em uma dieta, não está associada a efeitos genotóxicos na maioria dos estudos conduzidos com mamíferos”, diz o texto.
No mês passado, o Parlamento Europeu urgiu que a União Europeia (UE) aprovasse o uso do glifosato por apenas sete anos, em vez dos 15 solicitados pelos reguladores do bloco, em meio a temores de que o produto pudesse ser cancerígeno.
Uma análise feita por especialistas em pesticidas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) afirmou que “é improvável que o glifosato apresente riscos de câncer para humanos, desde a exposição até a ingestão”.
A afirmação parece contradizer um estudo de março de 2015 da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer da OMS (IARC) que afirmou que o glifosato “provavelmente” causava câncer.
A OMS afirmou, porém que as duas conclusões não são contraditórias.
Segundo a organização, o estudo da IARC abordou a questão de se o glifosato poderia potencialmente apresentar qualquer “perigo” para a saúde humana, inclusive em níveis extremamente altos de exposição.
O painel conjunto da OMS e da FAO analisou todas as evidências disponíveis para avaliar o risco específico para as pessoas que consomem quantidades limitadas desse produto químico através dos alimentos.
A constatação anterior da OMS foi citada por ativistas liderados pelo Greenpeace que pediram a proibição total do componente.
Em março, reguladores dos 28 estados membros da UE, além da Comissão Europeia, adiaram a sua decisão sobre a aprovação do glifosato, em meio a lobbies ferozes de ambos os lados da questão.
A comissão de pesticidas da UE deve se reunir na quarta-feira para decidir sobre a possibilidade de alargar a licença do glifosato.
As últimas conclusões da ONU poderiam derrubar a decisão anterior, beneficiando a gigante da agricultura Monsanto, que lutou para garantir a aprovação do seu produto-chave.
Entre os principais países-membros da UE, a França e a Áustria já se manifestaram contrárias ao glifosato, enquanto a Grã-Bretanha e a Alemanha apoiam a sua utilização.
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