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Árvore típica no Nordeste brasileiro, o co­­queiro está ganhando espaço no Noroeste do Paraná. Clima quente em região de solo arenoso dificulta a produção de soja, mas oferece condições ideais para o cultivo da fruta. A produção estadual não chegava a 100 mil cocos em 2001 e agora pas­­sa de 2,5 milhões, conforme a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), após cinco anos de expansão acentuada. O valor da produção acaba de passar de R$ 2 milhões ao ano.

As plantações mudaram a pai­­sagem de fazendas de municípios como Colorado, Diamante do Norte e Marilena, no Noroeste. Na Coqueiral Pauda­­lho, de Co­­lorado, há 5 mil co­­quei­­ros e a pro­­dução chega a 230 mil cocos por ano. A fazenda Por­­tão de Ou­­ro, em Marilena, possui mais de 50 hectares e 10 mil pés. Se­­gun­­do a Seab, o estado tem 250 hectares plantados.

Há 12 anos, a agricultora Isau­­ra Rocha de Oliveira decidiu aban­­donar uma empresa que possuía no estado de São Paulo para investir em cocos no Paraná. Após meses de pesquisa, adquiriu uma fazenda de 20 hectares na região de Colorado e transformou os pastos em coqueirais. A propriedade dela, Coqueiral Pau­­­­dalho, está com a metade dos 5 mil pés de coco em produção. No ano anterior, saíram da fa­­zenda 230 mil frutos.

"Quando estava procurando uma atividade para investir, pesquisei de tudo. Descobri que o coco poderia ser um bom negócio. Faltam frutos no mercado", diz Isaura. Estados como Sergipe e Ceará produzem 100 vezes mais coco que o Para­­ná. A Bahia, líder na cultura, co­­lhe 200 vezes mais. A produção do Paraná aten­­de o estado e segue também para São Paulo e Santa Catarina.

Nas propriedades da região Noroeste existem dois tipos da fruta, o coco-anão e o coco híbrido. "A diferença é que o coco- anão só serve para se consumir a água. Já o híbrido dá para consumir tanto a água como a fruta", explica Isaura. Ela recebe mudas da Empresa Brasileira de Pe­s­­quisa Agropecuária (Embrapa) de Aracaju (SE).

Como fonte de água ou massa, o coco dá lucro. Segundo o agrô­­nomo do Instituto Para­naense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) Cirino Corrêa Júnior, um hectare su­­porta até 180 pés de coco e cada planta produz 160 frutos por ano. Quando a unidade é vendida a R$ 0,80, o produtor arrecada R$ 23 mil por hectare. "É muito rentável. Quem deixou a pe­­cuária e investiu em coco se deu bem", disse.

AdaptaçãoEstado busca variedade que suporte o frio

O clima do Noroeste do Paraná é considerado adequado para a cocoicultura, apesar da necessidade de irrigação e adubação especial. O estado busca variedades mais adaptadas, que suportem frio de 15 graus e pragas regionais. Há uma década, uma parceria da Emater com a Embrapa de Aracaju (SE) instalou duas unidades de pesquisa de cocos – em Morretes e em Diamante do Norte.

"A geada, o ácaro, a lagarta das folhas e a falsa barata são os principais entraves que prejudicam a produção de coco no Paraná", afirma Cirino Corrêa, coordenador de Plantas Potenciais na Emater. As variedades que apresentam melhores resultados atualmente são o coco-anão, anão-verde e híbrido, relata.

Os produtores guiam-se por exemplos práticos. Depois que Isaura de Oliveira investiu na atividade em Colorado, há 12 anos, outros produtores se animaram. É o caso da família Calegari, que encheu uma chácara de 7 hectares de coqueiros. A propriedade de Deolindo Calegari produz 12 mil frutos por ano.

"Estou muito contente com a rentabilidade e venho ampliando a plantação." Os coqueiros produzem frutas a partir dos 3 anos. A atividade envolve sua família. Sua esposa, Maria Rosa Calegari, 70 anos, e a filha Tânia Marisa Calegari, 35 anos, ajudam no campo. "Cuido dos coqueiros do mesmo jeito que cuidava das minhas vacas", relata Maria Rosa.

Por outro lado, o setor ainda sente falta de apoio público. "Nunca recebemos um quilo de adubo, diz Parreiras Rodrigues, que tenta estruturar um sindicato. O agrônomo da Secretaria de Estado da Agricultura Paulo Andrade afirma que, apesar de a cocoicultura ser altamente rentável, ainda não há um programa específico para o setor.

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