Caso uma catástrofe ambiental destrua todas as plantas de um país, ou mesmo do planeta, não será o fim do mundo. Para evitar que o “pior ocorra”, uma “Arca de Noé” de sementes está sendo planejada. A ideia é construir bancos de sementes em escala global.
A iniciativa faz parte da Estratégia Global para a Conservação de Plantas, estabelecida pela Convenção da Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (ONU), da qual o Brasil é signatário.
Pela meta, cada nação participante deve preservar até 2020, em bancos de sementes, 75% das espécies de plantas ameaçadas de extinção em seu território. No Brasil, apesar de o país possuir a maior diversidade de espécies de flora do mundo, apenas 1,3% das espécies ameaçadas conta com essa proteção.
O número foi revelado em um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e do Jardim Botânico Real do Reino Unido junto a todas as instituições do País que têm esse tipo de acervo. Os dados, referentes a 2015, eram de apenas 26 espécies armazenadas, contra as 2.113 classificadas no Livro Vermelho da Flora como em algum grau de ameaça no País. O trabalho foi publicado em fevereiro na revista Biodiversity and Conservation.
De lá para cá, o cenário deve ter melhorado um pouco. Só o Jardim Botânico do Rio, que tem a maior coleção, passou de 17 espécies em 2015 para 35. Mas ainda assim a situação é ruim.
Liderado por Alberto Teixido, sob orientação de Fernando Silveira, o trabalho constatou que espécies simbólicas do País e que foram superexploradas, como pau-brasil, castanha-do-Pará, mogno e palmeira juçara, ganharam seu lugar nos acervos. Apesar disso, muitas outras - raras e endêmicas - estão de fora.
“Ter esses bancos é importante porque, se essas espécies vão perdendo indivíduos, é possível fazer a reposição, restaurar áreas degradadas”, explica Silveira. “A ideia é responder prontamente em caso de emergência”, diz.
Para os especialistas, falta uma política nacional coordenada que oriente como deve ser o esforço para alcançar a meta. Antonio Carlos de Andrade, curador do maior acervo do tipo, o do Jardim Botânico do Rio, também destaca que faltam pesquisas para saber quais espécies podem ser conservadas em bancos de sementes sem prejuízo.
O armazenamento, após a desidratação da semente, acontece em freezer a -20°C. “Algumas não aguentam isso, mas não temos pesquisa suficiente para saber quais podem ser armazenadas”, afirma o pesquisador.
Ugo Vercillo, diretor do Departamento de Conservação e Manejo de Espécies do Ministério do Meio Ambiente, afirmou que a prioridade do governo é fazer a conservação in situ, protegendo as florestas que existem como forma de evitar a extinção de espécies. Ele defende que em bancos de semente fiquem apenas espécies criticamente ameaçadas de extinção, que equivalem a cerca de 22% do total de espécies ameaçadas.
Pela meta, cada país participante deve preservar até 2020, em bancos de sementes, 75% das espécies de plantas ameaçadas de extinção em seu território. Mas por aqui, apesar de sermos o país com a maior diversidade de espécies de flora do mundo, apenas 1,3% das espécies ameaçadas conta com essa proteção.
O número foi revelado em um levantamento feito por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais e do Jardim Botânico Real do Reino Unido em todas as instituições do País que têm esse tipo de acervo. Os dados, referentes a 2015, eram de apenas 26 espécies armazenadas, contra as 2.113 classificadas no Livro Vermelho da Flora como em algum grau de ameaça no País. O trabalho foi publicado em fevereiro na revista Biodiversity and Conservation.
De lá para cá, o cenário deve ter melhorado um pouco. Só o Jardim Botânico do Rio, que tem a maior coleção, passou de 17 espécies em 2015 para 35. Mas ainda assim a situação é ruim.
O trabalho, liderado por Alberto Teixido, sob orientação de Fernando Silveira, constatou que espécies simbólicas do País e que foram superexploradas, como pau-brasil, castanha-do-Pará, mogno e palmeira juçara, ganharam seu lugar nos acervos, mas muitas outras que são raras e endêmicas estão de fora.
“Ter esses bancos é importante porque, se essas espécies vão perdendo indivíduos, é possível fazer a reposição, restaurar áreas degradadas”, explica Silveira. “A ideia é poder responder prontamente em caso de emergência”, diz.
A crítica deles é que falta uma política nacional coordenada que oriente como deve ser o esforço para alcançar a meta. Antonio Carlos de Andrade, curador do maior acervo do tipo, o do Jardim Botânico do Rio, também destaca que faltam pesquisas para saber quais espécies podem ser conservadas em bancos de sementes sem prejuízo. O armazenamento, após a desidratação da semente, se dá em freezer a -20°C. “Algumas não aguentam isso, mas não temos pesquisa suficiente para saber quais podem ser armazenadas”, afirma o pesquisador.
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