Celebrado na China como o “Pai do Arroz Híbrido”, o pesquisador Yuan Longping, do Instituto de Agricultura Subtropical (ISA), alcançou um novo recorde mundial ao produzir 17,2 toneladas de arroz em um único hectare na província de Hebei, norte do país asiático.
O arroz híbrido cultivado pela equipe de Yuan, a “Xiang Liangyou 900”, produz uma planta de altura média de 1,8m (podendo chegar a 2,2m), enquanto a concorrência convencional atinge menos de um metro. Além de usar um híbrido obtido a partir de cruzamento de variedades selecionadas, o campo de arroz contou com irrigação monitorada e rigoroso controle das plantas daninhas. O resultado foi uma produtividade 15 a 20% maior, quando comparada às variedades cultivadas na China. A média alcançada pelo arroz híbrido chinês, de 11,5 toneladas por hectare, é praticamente o dobro da média brasileira, de 6 toneladas por hectare. A maior produtividade no Brasil é obtida no Rio Grande do Sul, principal estado produtor, e chega a 7,6 toneladas por hectare (dados da safra 2016-17, segundo a Conab).
O cientista chinês Yuan Longping é reverenciado no país pelas pesquisas de melhoramento de arroz que iniciou ainda nos anos 60, após uma série de desastres naturais e políticas públicas equivocadas que resultaram na Grande Fome, entre 1958 e 1962. No início dos anos 2000, as pesquisas de Yuan Longping com arroz híbrido renderam-lhe R$2,4 milhões do Prêmio Supremo de Tecnologia e Ciência do governo chinês. “Uma vez sonhei com plantas enormes de arroz, do tamanho de um sorgo chinês, e cada grão tinha o tamanho de um amendoim. Eu podia me abrigar à sombra do arrozal”, contou Yuan.
O arroz é o alimento básico de 65% da população da China, estimada pelo Banco Mundial em 1,379 bilhão de pessoas.