Com um mercado de 1,4 bilhão de pessoas, sendo 60% composta por pessoas que não ingerem proteína animal, a Índia está buscando novos parceiros que exportem alimentos vegetarianos, e o Brasil acaba de começar a colher, em Goiás, sua primeira safra para suprir a demanda indiana por um desses produto: o grão-de-bico.
A primeira colheita da safra de grão-de-bico é resultado da visita do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, à Índia no final de 2016. O país asiático mostrou interesse em importar leguminosas de grãos secos, as chamadas pulses, como feijão-caupi, feijão-mungo, grão-de-bico e lentilha. Segundo a Embrapa, a demanda da Índia por esses produtos pode chegar a 30 milhões de toneladas por ano até 2030.
Por isso, o ministro prometeu “fortalecer regras e normas relacionadas à cultura de grãos, como na área de sementes, que tem exigências sem sentido, declarações, relatórios, e coisas que só fazem gastar dinheiro e tempo”.
O ciclo do grão-de-bico gira em torno de quatro meses. As primeiras colheitas têm inicio entre o final de agosto e o início de setembro, e a expectativa é, em parceria com a Embrapa, selecionar as cultivares com melhor adaptação às condições ambientais brasileiras.
“A parceria [com a Índia] vai render ganhos para ambos os países porque, com base na definição das cultivares mais produtivas e adaptadas, será possível fomentar a produção nacional, minimizar a importação e, principalmente, exportar para a Índia e para outros países asiáticos onde é grande o consumo”, afirmou o pesquisador Warley Nascimento, chefe-geral da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF).
Atualmente, o Brasil depende de importações para suprir o consumo anual de oito mil toneladas, mas pesquisas recentes da Embrapa visam tornar o país autossuficiente e com potencial para exportação. Com clima seco e médias altitudes, como em Goiás, onde está acontecendo a colheita, algumas regiões brasileiras estão aptas para o cultivo de grão-de-bico, uma leguminosa rica em proteína e originária do Oriente Médio.
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