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Faltam flores nos jardins do Paraná

Rosas de Marialva, Centro-Norte do estado, provam viabilidade do agroclimática e são pontapé inicial para expansão da floricultura | Ivan Amorin/gazeta Do Povo
Rosas de Marialva, Centro-Norte do estado, provam viabilidade do agroclimática e são pontapé inicial para expansão da floricultura (Foto: Ivan Amorin/gazeta Do Povo)
Emerson Couto: entrega sob encomenda, em Marialva |

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Emerson Couto: entrega sob encomenda, em Marialva

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Wagner Almeida se especializou na “importação” de flores |

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Wagner Almeida se especializou na “importação” de flores

O Paraná tenta organizar seu jardim, mas ainda vê mais cores nos canteiros dos vizinhos. Apesar de o estado estar entre os cinco principais produtores do Brasil, dois terços das plantas comercializadas nas floriculturas e supermercados locais são comprados em Holambra (SP), a 630 quilômetros de Curitiba. A cidade é sede da cooperativa Veiling, mais importante comércio do produto e responsável por 45% do mercado atacadista nacional.

O motivo da dependência está na produção estadual insuficiente para atender à demanda. Sem tradição, os produtores rurais e cooperativas paranaenses, mais especializados no cultivo de grãos e na pecuária, começam a dar importância ao segmento, que origina R$ 65 milhões ao ano no estado.

A vantagem de Holambra é a tradição e a tecnologia, conforme os especialistas. “Lá a colônia holandesa trouxe do país de origem os métodos e se transformou em uma referência nacional. Aqui os produtores precisam desenvolver essa aptidão”, afirma Paulo Andrade, engenheiro agrônomo da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Nas regiões de floricultura do Paraná, etnias diversas tocam o negócio.

De acordo com dados da Veiling, o Paraná representou 8% dos R$ 200 milhões do faturamento nos cinco primeiros meses deste ano, aumento de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso representa um gasto de R$ 16 milhões em flores e folhagens. A cooperativa paulista não conta com fornecedores paranaenses.

“A produção do Paraná normalmente é vendida de forma desorganizada. O produtor coloca no carro e sai oferecendo para vizinhos e pequenos comércios”, explica Wagner Cosme de Almeida, com mais de três décadas de experiência no setor.

O produtor de rosas Emerson Augusto Couto, de Marialva (Norte do estado), utilizou durante anos este expediente para vender suas flores. Hoje, com clientela formada, ele atende sob encomenda. “A produção [2 mil dúzias de rosas/semana] é consumida por empresas, floriculturas, decoradores e funerárias da região, num raio de 100 quilômetros”, diz.

Marialva é o principal produtor de rosas do estado, responsável por 290 mil das 350 mil dúzias (82%). O setor tem quatro polos de produção: Curitiba (24,5%), Londrina (23,5%), Maringá (13,4%) e Cascavel (11,8%).

Negócio

Há quem enxergue oportunidades no jardim escasso. Há quatro anos, Wagner criou a Almeida Flores, especializada no transporte de flores. A empresa compra R$ 200 mil/semana em produtos de Holambra, desde flores simples até plantas ornamentais, para atender a carteira de mais de 500 clientes, inclusive em outros estados.

As viagens até o município paulista são diárias, normalmente, com uma carreta. Na segunda-feira, quando há necessidade de reabastecer o comércio por conta do consumo do final de semana, três carretas percorrem o trajeto. “No Paraná não tem produto suficiente. Apesar de o clima ajudar, não existe uma sequência na produção”, explica Almeida.

 

 

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