De acordo com o coordenador estadual de Olericultura do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Iniberto Hamerschmidt, a queda de temperatura e as geadas localizadas não prejudicaram o cultivo de hortaliças no Paraná, principalmente na macrorregião sul, que concentra 62% da área plantada. “Embora a maior parte da produção esteja em regiões mais frias, muitos produtores fazem a proteção das folhosas, por isso, não se justifica aumento de preços ao consumidor”.
As espécies que estão no campo neste momento são repolho, beterraba, cenoura, que não foram afetadas, além de alface, couve, almeirão e escarola, que em geral têm cobertura para proteção. “Apenas a couve-flor, que é um pouco mais sensível, sofreu um pouco. Já o tomate, pepino e abobrinha são culturas da primavera-verão, portanto não estão no campo, e o reajuste de preços nestes casos é pura especulação”, disse.
Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o crescimento da produção de olerícolas entre 2000 a 2014 foi de 73%. “Este desempenho se deve basicamente à organização dos produtores, investimento em novas tecnologias e aumento de produtividade”, afirma o agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador.
Na safra 2013/2014, o Paraná produziu 2,9 milhões de toneladas de hortaliças, em 114 mil hectares, movimentando aproximadamente R$ 3,3 bilhões. A Região Metropolitana de Curitiba responde por 38% do volume total de hortaliças, o que representa 36% do Valor Bruto da Produção (VBP), ou seja, R$ 1,2 bilhão. Depois vem a região norte com 28%, oeste/sudoeste com 8% e noroeste com 2%.
Os produtores de olerícolas são essencialmente familiares, sendo a área média de cada propriedade de aproximadamente três hectares. A atividade está presente em cerca de 13% das 300 mil propriedades familiares existentes no Paraná. Ao todo são 212 municípios que exploram a olericultura em escala comercial.
As principais espécies cultivadas são batata, cebola, tomate, repolho, cenoura, couve-flor, pepino, alface, beterraba, pimentão, chuchu e abobrinha. Segundo Salvador, a maior produção é de batata, com 847,4 mil toneladas, seguida do repolho, com 332,8 mil toneladas, e tomate com 256 mil toneladas. “A batata, tomate e couve-flor são as que mais agregam valor a produção rural”, diz.
Orgânicos
Segundo Hamerschmidt, a região de Curitiba é pioneira na produção de hortaliças orgânicas, tendo iniciado os primeiros plantios em 1982. “Hoje concentra cerca de 50% da produção estadual, com aproximadamente 25 mil toneladas, exploradas por 700 produtores, distribuídos em diversos grupos”.
A importância dos cultivos orgânicos é crescente pois está na preferência da população, que almeja por produtos de qualidade, sem resíduos de produtos químicos. A produção na RMC, composta por 29 municípios, é estratégica pois abastece uma população estimada em mais de 3,1 milhões de habitantes, conforme dados do IBGE.
Número de obras paradas cresce 38% no governo Lula e 8 mil não têm previsão de conclusão
Fundador de página de checagem tem cargo no governo Lula e financiamento de Soros
Ministros revelam ignorância tecnológica em sessões do STF
Candidato de Zema em 2026, vice-governador de MG aceita enfrentar temas impopulares