Os norte-americanos em breve poderão comer algodão pela primeira vez - e não estamos falando do doce que leva esse nome, mas sim de uma nova variedade da planta que é comestível e logo deve chegar ao mercado.
Na terça-feira (16), o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) deu sinal verde para comercializar a versão biotecnológica do algodoeiro cujas sementes podem ser comidas, de acordo com a Universidade do Texas A&M, que desenvolveu o produto ao longo de mais de duas décadas.
Ainda falta a aprovação da U.S. Food and Drug Administration, que é a agência responsável por liberar substâncias farmacológicas e produtos alimentícios para a população, mas a universidade diz que isso deve ocorrer em poucos meses. Depois disso, os agricultores estarão liberados para cultivar o algodão como comida, além de plantá-lo por causa da fibra.
O professor Keerti Rathore, da Texas A&M, começou a trabalhar no projeto do algodão comestível há 23 anos, e descobriu como silenciar um gene da planta que produz uma toxina, chamada gossipol. Ao mesmo tempo que protege a planta dos insetos, a substância torna as sementes não comestíveis para os seres humanos e a maioria dos animais.
“A semente terá um sabor parecido com o húmus. Não é de todo desagradável”, diz Rathore. Mas ainda vai levar alguns anos para que os agricultores consigam cultivá-la comercialmente, pois o fornecimento de sementes precisa ainda ser incrementado na próxima estação, segundo Kater Hake, vice-presidente da Cotton Inc., empresa de pesquisa e marketing agrícola que financiou o projeto.
A sementes do algodão têm muita proteína - o bastante para fornecer as quantidades diárias para 600 milhões de pessoas. Mas para isso, todo o algodão plantado no mundo precisaria ser substituído por variedades comestíveis, de acordo com Hake.
O algodoeiro, por si só, tem valor nutricional semelhante ao das amêndoas ou nozes. Especialistas em alimentos tentaram fazer leite da semente do algodão, bolachas, cookies, manteigas e outros produtos. A proteína também pode ser extraída e transformada em pó para virar barras de cereal ou farinha, segundo Rathore.
A indústria também está mirando a aquicultura, porque as sementes de algodão podem alimentar peixes carnívoros, como salmão e truta, que comem peixe moído. O algodão seria uma alternativa de baixo custo para substituir mais da metade da alimentação desses peixes. Também ajudaria os produtores, que poderiam vender as sementes, que atualmente são consideradas um produto quase sem valor.
A descoberta “abre uma oportunidade de o algodoeiro eventualmente incorporar essa nova tecnologia. Não há razão para deixar essa toxina em uma planta domesticada”, afirma Hake.
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