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Planta ocupa áreas de declive, onde grãos não chegam | Josua© Teixeira/gazeta Do Povo
Planta ocupa áreas de declive, onde grãos não chegam| Foto: Josua© Teixeira/gazeta Do Povo

A erva-mate, ouro verde da economia no século passado, voltou a reluzir nos campos do Paraná. Com a redução das exportações argentinas, novos mercados se abrem ao estado. A disparada nos preços no último ano valoriza a colheita, que é a maior desde a última década.

O Paraná produz 330 mil toneladas em 2013 – 10 mil toneladas a mais do que no ano passado, conforme a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab). Consolida-se como maior produtor nacional, à frente do Rio Grande do Sul (300 mil toneladas) e Santa Catarina (250 mil toneladas), que se consideram os mais tradicionais consumidores.

Antônio Fagundes Schier: indústria tem mercado promissor

A erva-mate teve valorização de 170% de 2011 para 2013. Hoje, com o preço médio da arroba (15 quilos) entre R$ 16 e R$ 18, o faturamento bruto é de R$ 9 mil e o custo fica em R$ 2 mil por hectare.

“A erva-mate dá mais dinheiro que soja. Mas é preciso esperar pelo menos cinco anos para que uma árvore comece a produzir relativamente bem”, resume o coordenador do projeto Erva-mate na Emater, Jorge Zbigniew Mazuchowski.

Produtores de grãos voltam-se para o mercado do chimarrão. Especializado em soja e milho, Jorge Gaensly, 66 anos, de São Mateus do Sul, agora é ervateiro, e não se arrepende. “O risco de perda é menor e o preço está muito bom. O pessoal fala que será preciso dez anos para a produção suprir o consumo”, diz animado.

Mercado global

A indústria de beneficiamento também descreve mercado promissor. Países como Japão, Estados Unidos e Alemanha passaram a olhar com mais atenção para o Brasil depois que a Argentina sobretaxou suas exportações. Além disso, tem crescido a demanda de indústrias de chás, bebidas e cosméticos que usam a erva-mate em sua composição.

De janeiro a maio deste ano, as vendas externas brasileiras cresceram 312 toneladas em relação ao ano passado, totalizando 15,35 mil toneladas no período. O Japão tem sido o principal destino do produto exportado pelo Paraná. Em 2011, o país comprou 5 mil toneladas do estado. No ano seguinte, as importações japonesas chegaram a 15 mil toneladas.

“O negócio vem mudando. Estamos exportando muito e para o mundo todo. É um mercado mais sustentável. E ainda temos uma demanda interna que sofre com falta de matéria-prima”, afirma Ignácio Carrau, presidente do sindicato que representa a indústria no estado.

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