Apesar das incertezas em torno do posicionamento do governo federal sobre a definição da matriz energética, o setor sucroalcooleiro se mostra otimista com a safra 2013/2014, que foi lançada nacionalmente ontem na Usina Renuka Vale do Ivaí, em São Pedro do Ivaí, no Norte do Paraná. Foi a primeira vez que a abertura oficial da safra de cana ocorreu no estado.
A estimativa para as usinas do Centro-sul do Brasil aponta para uma produção de 590 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 58 milhões a mais do que o produzido na safra passada. No Paraná, 39,7 milhões de toneladas devem ser retiradas dos campos, praticamente o mesmo volume produzido na última safra. Mas, segundo o superintendente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), José Adriano da Silva Dias, a tendência é de que o número seja revisado para cima.
“No final do ano passado e início deste ano tivemos um déficit hídrico, e por conservadorismo, o pessoal achou melhor manter os mesmos números da safra passada. Agora com essa frequência de chuva maravilhosa que estamos tendo, a gente espera que a nossa produção seja um pouco superior. As condições climáticas estão muito boas”, explicou.
Outros fatores citados para a expectativa de crescimento foram a renovação parcial dos canaviais, a elevação do percentual do etanol na gasolina de 20% para 25% a partir de 1º de maio e as medidas de desoneração fiscal avaliadas pelo governo federal, como a redução no PIS/Cofins incidente sobre o etanol.
No entanto, dirigentes do setor sucroenergético também fizeram questão de salientar que a recuperação da competitividade ainda depende de um marco regulatório para os biocombustíveis. “A falta de uma regra de longo prazo para a política de preço dos combustíveis tem tido um impacto muito negativo sobre novos investimentos em novas unidades”, declarou a presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina.