Com um crescimento de 43,9% no ano passado – o que equivale a 15,9 milhões de metros cúbicos – o Paraná assumiu a liderança nacional na produção de madeira em tora para a indústria de papel e celulose. Até então, o primeiro lugar era de São Paulo, que ficou na vice-liderança.
Os dados são da pesquisa de Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (Pevs), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. De acordo com o levantamento, a produção brasileira cresceu 10,8% no período, fechando em 85,2 milhões de metros cúbicos. Do volume total, 80,2% vieram de áreas de eucalipto e 18,8% de florestas de pinus.
O crescimento da indústria de papel e celulose contribuiu para o aumento da produção de madeira em tora, em especial no Sul do País, que representa 33,2% do total. “A ampliação do parque industrial de papel e celulose no Paraná, no ano passado, alçou o estado ao posto de maior produtor nacional. Esse posto era ocupado por São Paulo, que agora está na segunda posição, com produção de 14,7 milhões de metros cúbicos, uma queda de 5,4%”, ressaltou o analista do IBGE, Winicius Wagner.
Entre os principais investimentos no Paraná, está a instalação de uma fábrica da Klabin de R$ 8,5 bilhões na região dos Campos Gerais.
O relatório anual da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) situa os resultados da Pevs no âmbito internacional. Segundo o Ibá, em 2016, o Brasil foi o segundo País que mais produziu celulose e o oitavo maior produtor de papel.
Entre os produtos madeireiros extraídos em matas nativas, houve baixa nas quantidades de carvão vegetal (-31,7%), de lenha (-7,4%) e de madeira em tora (-7,0%). De acordo com Wagner, “essa queda nos números pode ser consequência de uma legislação ambiental mais rígida e de um maior controle dos órgãos fiscalizadores, assim como da indisponibilidade de mão de obra do setor extrativo”.
Sobre a Pevs
A pesquisa investigou 44 produtos, sendo que 37 foram coletados em matas nativas (extração vegetal) e sete em florestas plantadas (silvicultura), englobando desde produtos madeireiros, como lenha e madeira em tora, a frutos como açaí. O valor global da produção foi de R$ 18,5 bilhões, um aumento de 0,8% em relação a 2015. Desse total, 76,1% foram obtidos em florestas plantadas, enquanto 23,9% foram coletados em matas nativas. Desse mesmo total, os produtos madeireiros representaram 89,8% (R$ 16,7 bilhões).
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