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Há muito tempo os produtores de mandioca não andavam tão sorridentes. A tonelada da raiz saltou de R$ 180 para R$ 300 desde o início do ano. "É o melhor preço dos últimos seis anos", diz Juvenal dos Santos Rebello, gerente de compras da Amafil em São Lourenço (Cianorte, Noroeste do Paraná). O lucro só perde expressão para quem teve aumento nos custos ou registrou quebra na lavoura.

Valdecir Soares, de Cafezal do Sul, está há 15 anos na atividade. No ano passado ele plantou 48 hectares e diz que apenas empatou dinheiro. Agora está com 12 hectares e confia em lucrar um pouco. "Com certeza dará para passar o fim de ano um pouco melhor". Ele deve voltar a ampliar a área plantada em 2013. Com dinheiro da mandioca, Soares já conseguiu até comprar um pedaço de terra, pouco mais de dois hectares, onde cria algumas cabeças de gado.

Já o produtor Domingos Eduardo Ceará, também de Cafezal do Sul, plantou 55 hectares e teve de colher 20 deles no meio do ano para pagar as contas. Vendeu a tonelada por menos de R$ 200,00. "Espero recuperar as perdas agora no fim do ano." José de Fátima, também produtor, relata que o problema tem sido justamente arrumar terra para plantar, devido à concorrência com a cana. O arrendamento subiu de R$ 1 mil para R$ 1,5 mil por alqueire – ou de R$ 400 para R$ 600 o hectare. Segundo Juvenal Rebello, considerando esse preço, o custo de produção chega a R$ 180 por tonelada, reduzindo a margem de lucro.

Parte dos produtores antecipou a colheita de janeiro para aproveitar os preços. Os técnicos do setor não apontam para oscilações repentinas nos preços, uma vez que a relação entre oferta e procura só deve se alterar no próximo ciclo. Se a área for ampliada e não houver quebra, aí sim, os preços poderão recuar, analisam.

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