As vendas da safra 2014/15 de café do Brasil avançaram pouco no mercado físico desde fevereiro, atingindo ao final de março no máximo 17% da produção esperada, em meio a incertezas sobre as perdas decorrentes do tempo quente e seco nos primeiros meses do ano, segundo avaliação da consultoria Safras & Mercado.

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"Desde fevereiro as vendas de café novo não avançaram muito", constata o analista, Gil Barabach, explicando que as dúvidas sobre o tamanho da safra que começa a ser colhida em mais algumas semanas deixam os agentes retraídos nos negócios.

O porcentual estimado é baseado em uma safra hipotética de 49 milhões de sacas de 60 kg, o que indica que cerca de 9 milhões de sacas já teriam sido negociadas, conforme Barabach. O índice de comercialização da safra nova, segundo o analista, está dentro da média prevista para esta época.

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Acerca da colheita deste ano, o analista avalia que os trabalhos ainda são muito incipientes, mesmo no café da variedade robusta, que tradicionalmente começa a colheita antes do arábica. Os volumes colhidos ainda não são significativos o suficiente para se determinar um percentual, indica. "Tem um pouco mais de café conilon (robusta). No arábica, há uma expectativa de que depois do feriado de Páscoa (20 de abril) tenha colheita. No último terço de abril, começam a retirar café do pé."

Ele observou que este ano as elevadas temperaturas aceleraram o ciclo do café, o que deve antecipar a colheita em algumas semanas em relação ao período normal.

Safra 2013/14A comercialização da safra 2013/14 avançou fortemente em março, especialmente na primeira parte do mês, quando os preços atingiram o maior patamar em mais de dois anos -- na segunda parte do mês as cotações arrefeceram um pouco.

Até o final de março, a Safras registrou vendas de 85% da safra 2013/14, estimada pela consultoria em 52,9 milhões de sacas. O valor significa um avanço de oito pontos porcentuais na comparação com fevereiro. "A comercialização ganhou ritmo quando os preços estavam bem altos, acima de US$2", afirma Barabach, acrescentando que isso foi suficiente para que o total comercializado se aproximasse do índice de 86% da média histórica para esta época do ano. Na mesma época do ano passado, produtores brasileiros tinha negociado 75% da produção.

Esse avanço expressivo das vendas do café 2013/14, associado a uma safra menor em 2014/15, deverá resultar em menor pressão sazonal nos preços quando a colheita deste ano começar efetivamente. "Isso porque o produtor está mais capitalizado (após vender nas máximas de dois anos) e porque sobrou menos café da safra passada."

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