Marialva confirma previsão de queda na arrecadação com a fruticultura neste ano| Foto: Ivan Amorin/gazeta Do Povo
Augusto Tucholski apostava em ameixa Letícia, mas clima não perdoou o pomar. Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo
Para quem esperava o pior, a colheita até que foi boa, diz Júnior Aparecido da Silva. Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

Capital da uva fina no Paraná, Marialva (Noroeste) confirma agora as consequên­cias das geadas registradas de julho a setembro de 2013. Dos 1.200 hectares de parreiras, só 800 estão sendo colhidos, segundo a Secretaria municipal de Agricultura e Meio Ambiente. Entretanto, quem fez a poda após o frio está compensando parte das perdas. As frutas estão mais caras e mais saborosas.

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Os viticultores têm conseguido até R$ 4 por quilo, cerca de 30% a mais do que no mesmo período de 2013, compara o engenheiro agrônomo da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Paulo Andrade. Ele explica que os preços foram alavancados porque a produção de uva fina em Jales e São Miguel Arcanjo (SP) não entrou no mercado, o que reduziu a oferta. “Mesmo produzindo menos, Marialva conseguiu essa janela.”

Augusto Tucholski apostava em ameixa Letícia, mas clima não perdoou o pomar. Foto: Josué Teixeira/Gazeta do Povo 
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O frio que congelou as plantações também alterou o calendário da colheita, feita tradicionalmente no início de dezembro. Muitos produtores ainda estão encerrando as atividades. “A produção foi menor, mas a uva está doce e graúda”, relata o diretor da Cooperativa Agroindustrial de Viticultores (Coavit) Antônio Peres. A falta de chuva em novembro e dezembro deixou a uva mais doce.

Até mesmo a “Festa da Uva”, que ocorre anualmente em dezembro, teve de ser cancelada. O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Marialva, Valdinei Cazelato, afirma que perto de 50% da receita agrícola do município são provenientes da viticultura. A arrecadação chega até R$ 100 milhões por ano. Mais da metade dessa fatia é obtida na safra de verão. Ainda não há uma avaliação precisa dos prejuízos.

Para quem esperava o pior, a colheita até que foi boa, diz Júnior Aparecido da Silva. Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo 

Júnior Aparecido da Silva estima colher 120 toneladas na propriedade, número que, segundo ele, surpreendeu. “A gente sempre espera menos depois da geada, mas veio uma colheita que rendeu. Não posso reclamar, perdi pouco em comparação com os vizinhos.”

Próximo do parreiral de Silva, Benedito Castellari contabiliza o prejuízo. Ele tinha expectativa de produzir 2 toneladas, mas só colheu metade. Com o saldo no vermelho, diz estar desanimado. “Está caro para plantar e a gente nem tem garantia se vai colher.”

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