Com dívidas prorrogadas em grandes levas desde a década de 1990, o agronegócio ainda não estruturou um sistema de seguro que garanta o pagamento nem mesmo dos financiamentos anuais dos custo de produção. E o risco de inadimplência em ano de quebra climática ou crise de preços vem sendo subestimado. A avaliação será discutida em uma das palestras do Seminário Agronegócio Brasileiro, marcado para a manhã de sexta-feira, na Organização das cooperativas do Paraná (Ocepar), em Curitiba.
“Mesmo preços abaixo dos custos por algumas safras ou uma quebra por eventos climáticos ou biológicos poderiam colocar parte importante dos produtores em situação de inadimplência”, alerta Junior Garcia, doutor em Desenvolvimento Econômico e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ao lado do economista Pedro Loyola, da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Garcia falará sobre “Política agrícola do crédito ao seguro”.
Segundo ele, o governo investe uma proporção cada vez menor no setor. “O gasto público total do governo federal destinado ao setor rural representou apenas 1,2% do orçamento federal em 2010, enquanto que em 1980 representava 7,5%”, compara. Os recursos dos planos agrícolas da agropecuária comercial e da familiar foram reforçados nos últimos anos, mas equivalem aos recursos do final da década de 1970, se considerada a inflação.
Serviço:
O Seminário Agronegócio Brasileiro vai abordar também temas como inovação, cooperativismo e assistência técnica. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail economico@faep.com.br.
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