A colheita do café está chegando ao fim nas lavouras do Paraná e, enquanto comemoram o excelente rendimento, os cafeicultores torcem pela melhora no preço do produto. Por outro lado, é hora de pensar nas próximas safras. O esqueletamento (poda das plantas) é uma das técnicas que vêm ganhando novos adeptos, pois ajuda a melhorar a produtividade e garante colheitas boas todos os anos.

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Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e Abastecimento (Seab), 95% do café já foi colhido no estado. Nas regiões de maior altitude, são cultivadas variedades tardias. A estimativa incicial, de dezembro do ano passado, apontava para uma produção de 2,1 milhões de sacas (60 quilos), mas o levantamento mais recente, feito há poucos dias, mostra que a safra deverá fechar entre 2,3 e 2,6 milhões de sacas, um aumento de cerca de 50% ante o ciclo anterior. Foram cultivados nesta temporada 105,5 mil hectares e a produtividade média obtida até o momento é de 26 sacas por hectare, a melhor média na história da cafeicultura estadual, afirma Paulo Franzine, coordenador estadual de café da Seab.

Na Região Noroeste, o município de São Jorge do Patrocínio se destaca na atividade por ter a maior área com a cultura: são 1,3 mil hectares. Segundo o técnico em agropecuária, Francisco Spanhol, o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) incentiva o esqueletamento há sete anos no município. No começo o pessoal ficou receoso, mas bastaram os primeiros resultados positivos para o número aumentar e chegar hoje a 50% das lavouras.

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Pedro Strey é um dos cafeicultores satisfeitos com a prática. Na chácara de 7,5 hectares, mantém 20 mil pés de café. A metade teve os galhos cortados no ano passado e voltará a produzir no próximo ano. A outra metade acaba de ser desbastada para ter nova produção em 2010. Ele esperava colher 500 sacas, mas a previsão foi superada em 30 sacas. A colheita terminou em agosto e parte da produção foi estocada.

Com o desbaste, Strey resolveu também o problema da mão-de-obra na colheita. Antes, para colher toda a área de um só vez, ele enfrentava dificuldades para contratar trabalhadores. Agora, colhe, com a ajuda da mulher e de três filhos, apenas a metade da roça.

O produtor Aparecido Marega diz que tem dó de desbastar alguns pés que estão prontos para a florada, mas corta os galhos porque sabe que vão surgir outros mais fortes e mais produtivos. Em seu terceiro ano de esqueletamento, ele está podando 50% dos seus 30 mil pés e garante que os resultados são excelentes, com redução no uso de insumos.