A qualidade do adubo entregue aos agricultores mato-grossenses nesta safra está atrasando os trabalhos de campo e causando desperdício. Produtores entrevistados pela Expedição Safra Gazeta do Povo na última semana reclamaram que há uma maior proporção de pedras em meio aos fertilizantes neste ano. Há casos de até 20% de descarte. As pedras e granulação têm travado as plantadeiras que aplicam o produto diretamente na linha de plantio, junto com as sementes de soja. Quando isso ocorre, é preciso paralisar a semeadura para "desentupir" os discos das máquinas. Com isso, pequenos volumes de fertilizantes vão ficando pela lavoura e a capacidade diária de plantio chega a ser comprometida em até 40%, relataram os produtores. "Normalmente perdemos dois ou três minutos para carregar os tambores com sementes e adubo. Agora, ficamos até dez minutos parados", contou o agricultor Pierre Patriat.
Qualidade do fertilizante cai, mas preço sobe
Mesmo o adubo que chega com mais pedras que o normal está custando mais caro desde o mês passado. No início deste ano, quando boa parte dos agricultores brasileiros adquiriu os adubos para o verão, o preço médio dos principais formulados utilizados no campo estava em cerca de US$ 500 a tonelada. Hoje, porém, gasta-se US$ 800 por tonelada. Os reajustes vêm ocorrendo principalmente nos últimos dois meses, fortemente influenciados pela alta do dólar e pelas cotações das commodities agrícolas no cenário internacional. O insumo chega a pesar em 20% nos custo fixo de produção da soja.
Drible clássico diante dos custos em alta
Deixe sua opinião