Os custos de produção de frangos de corte e de suínos calculados pela Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), caíram pela primeira vez em 2016, depois de alcançarem pontuação histórica recorde em fevereiro. Em março, o ICPFrango/Embrapa e o ICPSuíno/Embrapa apresentaram quedas de 4,48% e 0,40%, respectivamente.
O ICPFrango/Embrapa alcançou os 214,78 pontos (o índice base, igual a 100 pontos, é referente a janeiro de 2010). A queda foi puxada pela baixa nos preços da nutrição (-4,57%). Assim mesmo, nos três primeiros meses deste ano, o índice já acumula alta de 7,21% e chega a 21,41% nos últimos 12 meses.
Já o ICPSuíno/Embrapa marcou 217,83 pontos (o índice base, igual a 100 pontos, é referente a janeiro de 2005). Os custos com nutrição (-0,41%) registraram as maiores baixas. Em 2016, o índice já subiu 6,95%. Nos últimos 12 meses, o ICPSuíno/Embrapa acumula alta de 21,27%.
Os índices de custos de produção foram criados em 2011 pela equipe de socioeconomia da Embrapa Suínos e Aves e da Conab. O ICPFrango/Embrapa refere-se aos custos de produção no estado do Paraná, para aviário tipo climatizado em pressão positiva, modelo referencial de produção. Já o ICPSuíno/Embrapa é obtido a partir de resultados de custos da produção de suínos em sistema tipo “ciclo completo” em Santa Catarina.
De acordo com o economista da Embrapa Suínos e Aves, Ari Jarbas Sandi, apesar de o setor ter registrado uma queda maior, o impacto da redução é menor. “As agroindústrias possuem em sua grande maioria fábricas próprias de fabricação de ração e produzem em escalas gigantescas. Além disso, boa parte tem acesso a ferramentas de proteção de preço e ficam menos propensas aos riscos do mercado”, explica Sandi.
Por outro lado, o setor de suínos, composto em sua grande maioria por produtores independentes que operacionalizam no mercado spot, absorvendo todo o ônus da produção de rações , são mais vulneráveis às oscilações de preço do mercado. Além disso, por não produzirem em larga escala, afirma Sandi, o impacto da redução nos custos é maior. “Tem suinocultor que está comercializando os animais com peso de abate bem menor para reduzir os custos de produção”.
No Paraná, ICPFrango/Embrapa de março caiu para R$ 2,78 por quilo, redução de 4,48% em comparação aos R$ 2,9/kg de fevereiro. Em janeiro o custo total era de R$ 2,80. No ano passado, o recorde do período foi em outubro, quando o índice atingiu R$ 2,65 por quilo. “As quedas nos custos de produção durante o mês de março, tanto de suínos quanto de frangos de corte, embora com impactos bem diversos entre as duas cadeia produtivas, foram ocasionadas pela redução nos preços do farelo de soja, cujo impacto na região Sul foi de aproximadamente 10,45%, com destaque para o Paraná, com 18,80% em relação ao mês de fevereiro”.
Para abril, a tendência é de uma leve redução nos custos de produção de frangos de corte e manutenção dos atuais custos de suínos. “Para os meses de maio, junho e julho, em função da colheita da safrinha, os custos de produção podem reduzir um pouco. Mas é muito cedo para prever algo porque a safrinha foi realizada em um momento de alta da taxa de câmbio e praticamente todos os insumos utilizados são cotados em dólar”, explica o economista.
Planilha de cálculo
A Embrapa Suínos e Aves atualizou em abril a planilha eletrônica que ajuda produtores de suínos e de frango de corte integrados a realizarem a gestão da granja. A versão 1.4 está disponível para ser baixada gratuitamente no site da CIAS.
Agora, a planilha permite ao produtor integrado e à assistência técnica inserir os coeficientes técnicos e o valor dos investimentos em instalações e equipamentos e despesas operacionais, gerando resultados de custos de modo ágil e de fácil interpretação dos resultados finais.
Isto é possível porque a planilha permite comparar a receita obtida na venda dos suínos, com os custos de produção. Além da análise do resultado, a nova versão também apresenta uma estimativa da Taxa Interna de Retorno (TIR) do investimento realizado.
Os cálculos da planilha eletrônica seguem a metodologia utilizada pela Embrapa e pelos principais países produtores, baseada no custo total. Ou seja, a soma das despesas de custeio e do custo de oportunidade da mão de obra própria ou familiar, depreciação e custo de oportunidade do capital investido. O objetivo da Embrapa com esta iniciativa é subsidiar a busca da sustentabilidade dos produtores integrados e das cadeias produtivas de suínos e frango de corte no longo prazo.
A planilha já vem preenchida com exemplos de custos de granjas parceiras da Embrapa. São valores meramente ilustrativos, mas que auxiliam o produtor na inserção dos dados da sua realidade. Acompanha ainda uma cartilha com a ajuda para preenchimento passo a passo.
Outras informações sobre a planilha eletrônica podem ser obtidas com o Serviço de Atendimento ao Cidadão da Embrapa (SAC), no endereço www. embrapa.br/fale-conosco/sac.
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