A indústria de máquinas agrícolas nunca imaginou que o pequeno produtor fosse um dia salvar o ano das montadoras. A aposta sempre esteve no médio e grande agricultor, em clientes de equipamentos mais potentes e com mais tecnologia. Mas neste ano foram os tratores de pequeno porte que, literalmente, salvaram a lavoura, no campo e no chão da fábrica.
Foi graças aos tratores populares, financiados através de programas sociais, que muitas indústrias garantiram escala de produção. É verdade que elas produziram mais e faturaram menos. Máquinas maiores e com mais potência têm valor agregado. Já nos tratores menores a margem é limitada e o ganho também.
De qualquer forma, foram programas como o Trator Solidário, do governo estadual, e o Mais Alimentos, do governo federal, que sustentaram e fizeram girar esse mercado num período de crise, de retração do consumo mundial e de pé no freio nos investimentos. Oportunidade para o agricultor mecanizar sua lavoura, e fôlego para as montadoras.
Agora, fase de pré-safra de verão, o cenário começa a mudar. O crédito começa a recuperar os índices de antes da crise, o segmento está confiante e o novo ciclo produtivo reúne todas as condições para fazer o campo voltar a crescer. Redução de custos, clima favorável e mais recursos garantem uma aposta mais segura de toda a cadeia produtiva.
Às indústrias de máquinas, fica o aprendizado de que, juntos, os pequenos produtores representam um grande negócio.
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