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O arroz com feijão tem um companhamento de peso no prato do brasileiro: o frango. Grelhada, frita, assada ou ensopada, a carne mostra potencial para desbancar a tradicional mistura. A demanda justa por feijão pode ficar ainda mais apertada, potencializando os estragos de perdas climáticas, retrata a edição de hoje do Caminhos do Campo.

A redução do consumo de feijão nas últimas três décadas fez sumir boa parte da demanda por esse alimento. No arroz, houve recuo acentuado nos últimos dez anos. Por outro lado, o frango ganhou espaço na disputa com a leguminosa e o cereal. A explicação está no aumento da renda, que permite às pessoas consumirem mais carne, e também na produção industrial de aves, que barateou o produto.

O Paraná, que disputa palmo a palmo com Santa Catarina a liderança na produção e na exportação de carne de frango, é um dos principais beneficiados pela mudança verificada no cardápio nacional. Apesar de ser líder no feijão, ganha mais dinheiro com a produção de aves. Além disso, o consumo de frango cresceu bem mais do que a queda verificada na leguminosa. O recuo no consumo de arroz é mais sentido pelo extremo sul. O produtores gaúchos, sim, têm motivos para reclamar.

Essas mudanças mostram que o setor produtivo tem razão para ficar atento às tendências do consumo interno. Qualquer mudança de hábito que reduza em um quilo per capita/ano a demanda por algum alimento provoca impacto de 200 mil toneladas. Esse volume representa 37% do feijão que o Paraná, líder nessa cultura, espera colher no ciclo das águas – o mais importante dos três plantios anuais. Preto ou carioca, no entanto, o alimento teria chegado a um ponto de equilíbrio, dizem os especialistas, pelo próprio valor nutritivo que possui.

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